Querem transformar o carnaval numa panaceia econômica a fim de justificar despesas por parte de prefeitos, passando a existir no Brasil a demagogia do turismo. Os prefeitos, geralmente, de baixa constituição intelectual são ávidos por atrair turistas, prometendo o crescimento econômico da cidade; veja que municípios como Salvador e Recife, que inegavelmente faturam alto com turistas, principalmente estrangeiros, vivem hoje uma forte decadência política e econômica; Recife que sempre fora a "capital" do Nordeste, por muitos anos foi a campeã do número de homicídios e hoje Pernambuco é um dos estados com mais desemprego no Brasil, turismo gera receitas mas não gera desenvolvimento.
Isso soa muito pior numa cidade de interior de um estado litorâneo como o Rio Grande do Norte sem nenhuma vocação para turismo, tendo todas as condições de apostar numa industrialização do setor têxtil algodoeiro como Caicó, cidade que perdeu mais de mil habitantes em 12 anos.
Os prefeitos passaram a gastar com carnaval quando a política democrática atraiu milhões de eleitores facilmente seduzidos pelo canto da sereia do populismo, o perigo é se transformar o carnaval como equalizador de problemas econômicas e direcionar todas as energias de um município para a realização da festa.
De outra monta, quando se transforma cultura em produto meramente comercial ela perde o brilho que lhe dera origem e o próprio fundamento. Se carnaval trouxesse desenvolvimento o Brasil seria super desenvolvido, a única vanguarda brasileira é desfile de escola de samba.
Carnaval é trivialidade. Divertido, alegre e bonito, mas daí a querer tornar a prefeitura quase como uma agência de eventos é pura e rasteira idiotice. De carnaval o povo entende, para isso não precisa do prefeito.



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