Famílias agricultoras e entidades parceiras no Projeto do Algodão Orgânico em cidades do Seridó do Rio Grande do Norte participaram de um encontro de intercâmbio sobre as práticas do cultivo do algodão nas dinâmicas agroalimentares na região de Remígio, Curimataú paraibano, além de visita na Embrapa Algodão em Campina Grande e contou com participação de Stúdio Rural entrevistando gestores municipais participantes no projeto, pesquisadores e assessorias técnicas e sociais na ação produtiva parceira.
O evento aconteceu nesta sexta-feira, 03 de fevereiro, constou de ampla programação que se iniciou pela manhã com visita nas áreas de produção de algodão e seus consórcios no município de Remígio, a partir da organização produtiva das famílias da Rede Borborema de Agroecologia, e à tarde visitação as instalações da Embrapa, em Campina Grande.
“Esse intercâmbio faz parte da metodologia do Projeto Agrosertão que é proporcionar o intercâmbio de informações dos agricultores familiares aqui na Paraíba que já plantam algodão há muito tempo com os nossos agricultores que estão entrando no projeto Agrosertão iniciado em 2021”, explica a analista do Sebrae-RN e gestora de bioeconomia no projeto, Sergina Dantas, justificando que a ação no RN já vem envolvendo mais famílias para esta safra 2023 com a perspectiva de gerar renda às famílias agricultoras e atender demandas da parceira compradora do algodão. “Com a ajuda do Instituto Riachuelo, nós desenvolvemos um projeto chamado Agrosertão, em 2021, pra resgatar essa cultura do algodão na região do Seridó do Rio Grande do Norte, então com esse apoio do Instituto Riachuelo, participação do Sebrae-RN e a Embrapa, foram identificados inicialmente seis municípios na região do Seridó, nós finalizamos o ano de 2022 com 12 toneladas de pluma produzidas e em dezembro a chegada de mais seis municípios , então hoje o projeto integra 12 municípios da região com 130 agricultores”, reforça Sergina.
“Foi muito bom porque conhecemos experiências em regiões um pouco distintas, mas ao mesmo tempo semelhantes em relação a clima e a gente conheceu também a Rede Borborema com o trabalho e atuação com autonomia que eles desempenham aqui, pra gente também, enquanto município, conduzir o projeto porque em algum momento as instituições vão sair de cena e o projeto algodão que tem resultados positivos, juntamente com as prefeituras e agricultores, tem que seguir em frente”, explica a secretária de Agricultura, Meio Ambiente e Pesca do município de Canaúba dos Dantas, Gildemara Dantas Dias da Silva.
“É muito gratificante poder participar deste encontro num momento do resgate do algodão em que a gente sempre percebe nossos pais falarem tão positivamente sobre o algodão, então é muito gratificante está fazendo parte dos trabalhos com essa equipe tão boa”, explica o agricultor familiar do município de Carnaúba dos Dantas, Agripino Dantas, dizendo que o cultivo da cultura já se iniciou bem porque proporcionou renda complementar para cada família introduzida nos sistemas produtivos.
“É sempre bom está recebendo um público diverso que a Embrapa tem um compromisso de estar cada vez mais favorecendo a vida deles no campo, levando tecnologia que, além de trazer benefícios diretos, também facilite a vida deles na lida porque sabemos que o campo é um ambiente que exige muito do produtor, então a Embrapa está focada no desenvolvimento de tecnologias como máquinas e equipamentos de pequeno porte que se adapte à realidade deles, cultivares que sejam mais adaptáveis e tolerantes as adversidades climáticas que a gente sabe que se enfrenta aqui na região e, mais ainda, que através das tecnologias que a gente está levando para eles, que cada vez mais eles possam se firmar no campo, mas de forma a ser sustentável economicamente, socialmente e ambientalmente”, explica o chefe da unidade de Transferência de Tecnologias da Embrapa, Daniel da Silva Ferreira.
“Esse intercâmbio faz parte de uma estratégia do Projeto Agrosertão Algodão agroecológico no Seridó que tem doze municípios e os intercâmbio é uma forma de as pessoas conhecerem outras realidades, essa é a segunda turma que está chegando, tem pessoas de Caicó, Carnaúba dos Dantas, Jardim do Seridó, Jucurutu, Santana do Seridó e São José do Seridó, onde eles conheceram a realidade da Rede Borborema de Agroecologia que é uma instituição de Certificação Participativa e lá foi mostrado o passo a passo do processo de certificação, sua história, tiveram oportunidade de conhecer experiências com as mulheres trabalhadoras rurais do Assentamento Queimadas e também tiveram a oportunidade de conhecer o projeto de pesquisas onde a Embrapa trabalha com inovação aberta construindo sistemas de produção agroalimentares da região do Agreste e Curimataú”, explica o pesquisador da Embrapa Marenilson Batista detalhando diversas outras tecnologias e conhecimentos compartilhados durante o encontro.
Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural



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