O evento de reinauguração do espaço acontece no próximo dia 31 de março, às 16h, sendo liderada pelo Instituto Casaca de Couro, em parceria com a Prefeitura Municipal de Pirpirituba e o Governo do Estado da Paraíba.
Fiepb - A Paraíba sempre teve destaque com o algodão, um exemplo disso foi a cidade de Campina Grande, que teve seu desenvolvimento baseado no cultivo desse produto, chegando a ser a segunda maior exportadora de algodão do mundo. O ciclo do ouro branco não marcou só o município, mas todo o estado.
Hoje, o algodão continua sendo um dos principais produtos do estado, e como fomento ao setor, a Usina de Beneficiamento de Algodão Orgânico e Agroecológico Antônio Inácio da Silva, que fica no município de Pirpirituba, no Agreste paraibano, e que estava fechada há mais de 30 anos, será reativada na próxima sexta-feira, 31. A proposta de reabertura foi apresentada e liderada pelo Instituto Casaca de Couro, em parceria com o Governo do Estado da Paraíba e a Prefeitura Municipal de Pirpirituba. O convênio para a revitalização da usina, foi realizado ainda no final de 2021, com o objetivo de tornar o município uma referência no beneficiamento do algodão orgânico, gerando desenvolvimento para a região.

A presidente do Instituto Casaca de Couro, Maysa Motta Gadelha, explicou que a ideia da revitalização surgiu da necessidade de aproveitamento desses espaços para dar conta da demanda surgida após parcerias com outros estados e com o intuito de transformar a região em um vetor de desenvolvimento do cultivo de algodão no Nordeste. “Nós havíamos visitado a usina em 2016, e isso não saiu da nossa cabeça, porque era um lugar que estava fechado há 32 anos. Ela foi inaugurada em 1981 e atingiu seu objetivo, que era descaroçar o algodão aqui da Paraíba, em pouco tempo, e em 1985 ela já havia parado de funcionar. De lá para cá, o espaço ficou sem funcionar, no coração da cidade. Em 2021 nós fomos ao governo do Rio Grande do Norte e fizemos uma parceria que aumentou substancialmente a demanda de algodão orgânico para o nosso projeto. Então, nós precisávamos de um espaço confinado, que fosse distante dos campos de algodão convencional, para que fosse feito um descaroçamento sem que houvesse riscos de misturar sementes orgânicas com transgênicas”, disse.
A partir da visita realizada na usina e com o aumento do volume de algodão, somando as produções paraibana e potiguar, foram firmadas parcerias para revitalizar a usina da Pirpirituba. “Como a gente já tinha ido visitar esse local, a partir do momento que vimos que iriamos ter um volume alto de algodão, juntando as produções da Paraíba e do Rio Grande do Norte, a gente firmou parcerias para revitalizar a usina. Através da Norfil, conseguimos cooperação de grandes marcas do ramo têxtil e confecção para a aquisição desses produtos”, concluiu a presidente do Instituto Casaca de Couro.
A reativação da Usina de Beneficiamento de Algodão de Pirpirituba também é uma forma de valorizar a agricultura familiar, já que será focada no processamento de descaroçamento de algodão orgânico e agroecológico produzido por agricultores da região. A safra resultante de plantios supervisionados pelos técnicos da Emater, no Rio Grande do Norte, e da Empaer, na Paraíba, será processada na usina, livre de contaminação por organismos geneticamente modificados, de forma segura, rápida e eficiente.
“Nós trabalhamos com um algodão diferenciado desde o ano de 2000, e fomos pioneiros no algodão colorido, sempre em parceria com o SESI, com o SENAI e com a própria federação das indústrias. A partir de 2015/2016 nós resolvemos investir no algodão branco e não colorido, e começamos a desenvolver uma metodologia no campo para que atendesse todos os gargalos e as necessidades dos agricultores familiares, foi então que começamos a plantar algodão no estado da Paraíba com o apoio da Emater. O volume foi crescendo, já que o algodão branco é mais comercial do que o colorido, que atende só a um nicho de mercado e o algodão branco, mesmo orgânico, tem uma maior capacidade de comercialização porque pode ser tingido. Então começamos com a parceria com a Norfil, que é uma empresa parceira também do SENAI, lá em João Pessoa, e começamos a investir e aumentar esse plantio”, explicou Maysa Motta Gadelha, presidente do Instituto Casaca de Couro.

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