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quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Brasil precisa criar vantagens competitivas, diz Guilherme Mello, do Ministério da Fazenda

Especialista participou do 8º Fórum do Desenvolvimento da ABDE. Diretor do Ipea, Claudio Roberto Amitrano destacou multiplicadores fiscais na variação do gasto público tem sobre a variação do PIB

Guilherme Mello, durante o 8º Fórum do Desenvolvimento | Crédito: Telmo Ximenes/ABDE


O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse nesta quinta-feira (31) que o Brasil tem “vantagens comparativas e pode criar vantagens competitivas para construir o caminho do desenvolvimento com inclusão social e sustentabilidade”. Antes, porém, segundo ele, o primeiro desafio é colocar a casa em ordem: com taxa de câmbio competitiva e estável, juros menos restritivos, condições de estabilidade fiscal e condições adequadas de financiamento do estado e políticas públicas. Segundo ele, hoje, o país tem uma nova estratégia de desenvolvimento.

 

“Estamos propondo o Brasil para as próximas décadas, dialogando com três grandes eixos: aumento de investimentos e melhoria da infraestrutura; neoindustrialização e plano de transformação ecológica, que é a grande oportunidade de voltar a se desenvolver”, afirmou Mello, durante o 8º Fórum de Desenvolvimento, realizado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), em Brasília.

 

De acordo com Mello, o país tem áreas com desempenho no topo. “Somos líderes em vários setores de biocombustível, energético, e energia limpa”, disse. “Agora o dilema do país é como voltar a crescer. Mas não só crescer. Crescer se desenvolvendo”, destacou.

 

O diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), Claudio Roberto Amitrano, destacou a importância da política fiscal no processo de desenvolvimento, por meio dos chamados multiplicadores fiscais, ou seja, do impacto que a variação do gasto público tem sobre a variação do PIB.

 

“Os tipos de despesas que têm multiplicadores fiscais mais elevados são justamente o investimento público e os gastos sociais. Para que a mudança na composição dos gastos públicos seja eficiente, precisa atender a alguns requisitos: estar atenta para as complementaridades do setor privado; focar em cadeias longas e relacionadas a setores de tecnologia, com alta complexidade econômica, e à sustentabilidade ambiental”, comentou.

 

Professor e pesquisador da ISCSP-ULisboa, José Roberto Afonso lembrou que, há quase um século, a economia brasileira, que era exportadora de commodities, conseguiu se industrializar rapidamente. Para ele, o país consegue passar por essa transição novamente. “Temos oportunidades imensas para o Brasil na área de energia e hidrogênio verde, que também é importante na produção de insumos agrícolas”, concluiu.

 

A secretária do Ministério da Gestão e da Inovação dos Serviços Públicos, Elisa Leonel, fechou a discussão trazendo um pouco da participação estatal nesse processo. “O país precisa renovar a capacidade do estado de implantar suas políticas públicas. Nesse cenário, vemos a inclusão social como fundamental. Além disso, as empresas estatais precisam estar fortalecidas e alinhadas ao desenvolvimento brasileiro”, ressaltou.

 

8º Fórum de Desenvolvimento


O 8º Fórum de Desenvolvimento, realizado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento, nos dias 30 e 31 de agosto, em Brasília, destaca as principais ações de fortalecimento do Sistema Nacional de Fomento (SNF), que reúne 5,1 trilhões em ativos e representa 45% do mercado creditício brasileiro e 74% dos investimentos de longo prazo.

 

Principal assunto do fórum, o SNF atua em setores e segmentos prioritários para o desenvolvimento sustentável do país, como o financiamento à infraestrutura, à inovação, ao agronegócio, ao setor público e o apoio às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). É formado por suas 34 instituições de desenvolvimento associadas à ABDE (bancos públicos federais, bancos de desenvolvimento, agências de fomento, bancos comerciais estaduais, bancos cooperativos, além da Finep e do Sebrae).


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