Neste episódio, o endocrinologista Márcio Aurélio Silva Pinto esclarece dúvidas sobre obesidade e o tratamento por meio de remédios
Você ainda pensa que uma pessoa que sofre com a obesidade que usa medicamentos para emagrecer, não está perdendo peso de forma saudável? Ainda acredita que para perder peso basta fechar a boca e fazer exercícios?
É importante destacar que quando estamos falando sobre o tratamento da obesidade, o objetivo não é que a pessoa fique magra, mas sim que perca peso para melhorar sua qualidade de vida e reduzir seus riscos. Sabemos que perdendo de 5 a 10% do peso corporal, melhoramos também problemas como diabetes, pressão alta, gordura no fígado, e perdendo acima de 10% podem melhorar apneia do sono e reverter quadro de diabetes.
E por que devemos usar medicação para a obesidade?
A obesidade é uma doença crônica que altera a fisiologia do apetite, em que as pessoas sentem mais fome e menos saciedade, por isso, é possível usar medicamentos para corrigir as alterações dessa fisiologia.
Além do medicamento, o tratamento é realizado por meio de mudanças no estilo de vida e acompanhamento multidisciplinar, com médico, nutricionista, psicólogo e educador físico.
Mas quem afirma que para tratar da obesidade que dieta e exercícios são o suficiente, não sabem que o acompanhamento de um profissional apenas com a mudança do estilo de vida, levam a uma perda média de 3% do peso, perdas que quase sempre não são sustentadas a longo prazo. E uma das principais razões para a dificuldade em manter esse peso perdido, vem dessa alteração do apetite, mas se deve também ao fato de que toda vez que emagrecemos, gastamos menos energia e sentimos mais fome, facilitando ainda mais voltarmos ao nosso peso inicial.
Estudos mostram que pessoas obesas que emagrecem usando medicamentos, melhoram sua saúde e de maneira até mais significativa do que quem não usa, porque em geral a perda de peso é maior.
Para quem o uso do remédio estaria indicado?
O tratamento com remédios é indicado para pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC), que é calculado o peso dividido pela altura e multiplicado pela altura novamente, maior que 30 ou pessoas com IMC maior que 27, que apresentam complicações da obesidade, como diabetes, pressão alta, apneia do sono e gordura no fígado.
Existem algumas critérios para escolher o melhor medicamento para cada pessoa, e são baseados em:
- No padrão alimentar que a pessoa tem;
- Outras doenças que o paciente possui;
- Outros remédios que utiliza;
- Idade;
- Experiências passadas com medicações para a obesidade;
- E nas contraindicações.
Por quanto tempo utilizar o medicamento?
Sendo a obesidade uma doença crônica (uma doença que controla mas não cura), ela pode ser tratada a longo prazo. Cada vez mais acredita-se que a obesidade deve ser tratada como qualquer outra doença crônica, como a diabete e a pressão alta, sem suspender a medicação, pois toda doença crônica piora quando a medicação é suspensa.
É de extrema importância conversar com um endocrinologista para saber qual o melhor tratamento para você.
Para mais informações, assista o vídeo no canal Doutor Ajuda.
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