O primeiro passo para se ter uma vida financeira saudável é saber controlar as despesas e a renda mensal. Se um trabalhador ganha R$1 mil e gasta R$ 800, há um equilíbrio nas contas e uma margem de R$ 200 que pode ser direcionada para a realização de uma reserva de emergência ou de investimentos.
Em alguns casos, o consumo compulsivo pode comprometer a realização de economia e afetar a realização de planos a curto e longo prazos. É importante separar um valor para gastos extras, que não estejam acima da remuneração mensal e nem comprometam o pagamento das despesas fixas como conta de água, luz, aluguel e alimentação.
Vale lembrar que há os casos de emergência, como um reparo doméstico, necessidades médicas, entre outros contratempos que demandam um aporte financeiro, pois eles, geralmente, não entram no custo mensal. Se a despesa é maior do que a receita, será necessário fazer um levantamento dos itens de maior custo com o objetivo de amenizar os impactos das contas adicionais.
Ao longo do mês, é comum a realização de compras no cartão de crédito. Os itens que estão mais presentes na cesta são alimentos, bebidas e roupas. Ao analisar o perfil de consumidor, é possível entender a escala de produtos adquiridos em um curto espaço de tempo, como um café expresso por R$ 15, uma blusa no valor de R$ 15 e um lanche de R$ 30. Esses pequenos gastos somados chegam a R$ 60 em um único dia, e o valor será quitado apenas no mês consecutivo como despesas extras.
O recomendado é saber em que o dinheiro é gasto e eliminar os itens mais supérfluos para que sejam iniciadas ações que possam reduzir o valor das despesas, principalmente, nas compras parceladas. Ao optar por pagar o preço de um celular em 12 vezes e somar a outros itens como uma corrida em carro de aplicativo e restaurantes, é aconselhável que o montante não ultrapasse a renda mensal. As operadoras de cartão, por outro lado, acompanham o perfil de consumo do cliente para oferecer a exclusão da anuidade a partir de um valor básico de compras.
Ter o nome limpo na praça é uma condição que o consumidor não pode transferir ou correr o risco de perder ao emprestar o próprio CPF a terceiros que alegam não ter limites (empréstimo, cartão de crédito, financiamento) para realizar a compra. Do contrário, o titular pode cair em uma dívida desnecessária.
A taxa de juros do cartão de crédito, por exemplo, está em 455% ao ano e 15,18% ao mês. Neste caso, um consumidor que adquirir uma dívida no valor de R$ 14.000, ao ser adicionado os juros, o valor final será de R$ 16.125,20. O acréscimo mensal será de R$ 2.125,20. O crescimento da dívida é exponencial, agressivo e formado por juros compostos.
Outro vilão que pode causar grandes prejuízos é o cheque especial que cobra em torno de 8% de juros ao mês e pode chegar a 151,8% ao ano. Ao ter que escolher entre pagar o cartão de crédito e o cheque especial é preferível quitar a dívida do primeiro, pois os juros são maiores.
*Wagner Carvalho é professor de finanças da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio.
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