O Outubro que Canta Nordestinidades - Blog A CRÍTICA

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domingo, 8 de outubro de 2023

O Outubro que Canta Nordestinidades



Ah, o oitavo dia de outubro, tão alardeado e festejado pelos filhos da terra ensolarada, pelos herdeiros do chão vermelho, pelos que trazem no sangue o sal das marés e a doçura das mangas maduras. É o dia que ecoa nos versos da sanfona e se espalha pelos terreiros em festa, como se todos os sotaques se encontrassem em uma só voz, entoando o hino da nordestinidade.


Neste oitavo dia, o sol parece raiar com um brilho mais dourado, e o céu se veste de um azul mais profundo, como se a própria natureza quisesse homenagear a força e a resistência que habita os corações sertanejos. É um dia em que os passos dos caboclos ganham um ritmo mais compassado, dançando ao som da zabumba e do triângulo, numa coreografia ancestral que reverbera nos pés de toda uma gente.


Nas feiras e mercados, o colorido das frutas e legumes parece mais vivo, como se cada caju, cada abóbora, cada jaca, guardasse em si um pedaço da alma do nordestino, aquele que planta com suor e colhe com fé, na certeza de que a terra generosa há de retribuir com fartura.


Nas cidades, o burburinho nas calçadas é um encontro de sorrisos e abraços, de histórias contadas com alegria, de memórias que se entrelaçam como fios de algodão em um tear. É o dia em que a saudade se dissipa com a presença, em que as distâncias parecem se encurtar, e os olhos brilham com a emoção de reencontrar os seus.


E como não lembrar dos sabores que permeiam este oitavo dia de outubro? Da moqueca de peixe que perfuma as cozinhas à canjica que adoça as mesas, tudo parece mais saboroso, como se os temperos da terra se unissem em uma sinfonia gastronômica que celebra a riqueza da culinária nordestina.


Mas, oh, o que seria do nordestino sem a sua fé, a sua devoção que pulsa como um tambor, ecoando nas igrejas e capelas, nos cantos de ladainha e nas ladainhas do coração? É a fé que sustenta, que conforta, que ilumina os caminhos, como um farol a guiar os passos dos que enfrentam as agruras da seca e as tormentas da vida.


No oitavo dia de outubro, somos todos mais nordestinos, ainda que estejamos a mil léguas de distância do chão sagrado. É o dia em que celebramos nossa cultura, nossa gente, nossa resistência. É o dia em que nos lembramos de que somos parte de uma tradição que pulsa forte em nossas veias, e que nos une em um elo indissolúvel de amor por esta terra abençoada por Deus.


Assim, o oitavo dia de outubro não é apenas uma data no calendário, é uma celebração de tudo o que somos e do que carregamos em nossos corações. É o dia em que o Nordeste se faz presente em cada gesto, em cada palavra, em cada nota de forró, e nos convida a reafirmar, com orgulho e gratidão, a nossa nordestinidade.


Viva o oitavo dia de outubro! Viva o Nordeste e sua gente! Viva a tradição que nos faz ser quem somos!





*O dia 08 de outubro foi escolhido como o DIA DO NORDESTINO, em homenagem ao nascimento do cantor e compositor cearense Antônio Gonçalves da Silva, popularmente conhecido como “Patativa do Assaré”.

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