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quinta-feira, 16 de novembro de 2023

46,3% das moradias brasileiras possuem algum tipo de privação de saneamento básico, indica novo estudo do Trata Brasil



  • “A vida sem saneamento: para quem falta e onde mora essa população?” mostra quem são as famílias brasileiras que ainda não contam com a adequada oferta de água potável, banheiros, coleta e tratamento de esgoto; 
  • Privação afeta majoritariamente jovens com menos de 20 anos, além de pretos, pardos e indígenas; 
  • Nordeste do país é a região com a maior falta de serviços em todas as dimensões analisadas; 
  • Dos 12% de moradias sem acesso à rede geral de água, 70,2% estavam abaixo da linha de pobreza em 2022 


São Paulo, novembro de 2023 – O Instituto Trata Brasil, organização da sociedade civil que busca a universalização do saneamento básico no país, lança hoje a primeira edição do estudo “A vida sem saneamento: para quem falta e onde mora essa população?”, produzido em parceria com a EX ANTE Consultoria Econômica e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). O estudo traça o perfil socioeconômico e demográfico da população brasileira que sofre com privações nos serviços de saneamento básico, utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada Anual (PNADCA), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2013 e 2022. 


A pesquisa considera cinco categorias de privações: privação de acesso à rede geral de água; frequência de recebimento insuficiente de água potável; disponibilidade de reservatório; privação de banheiro; e privação de coleta de esgoto. Os números são alarmantes: considerando as moradias brasileiras, da totalidade de 74 milhões, quase 9 milhões não possuem acesso à rede geral de água; quase 17 milhões contam com uma frequência insuficiente de recebimento; cerca de 11 milhões não possuem reservatório de água; cerca de 1 milhão não possuem banheiro; e 22 milhões não contam com coleta de esgoto. A pesquisa indica que cerca de uma a cada duas moradias brasileiras convivem diariamente com algum tipo de privação no saneamento.


As estatísticas da PNADC apontam que 8,916 milhões de moradias não estavam ligadas à rede geral de abastecimento de água tratada em 2022, o que correspondeu a 12% do total de residências no país, afetando 27,270 milhões de pessoas. A maior parte delas (35%) estava localizada nos estados do Nordeste brasileiro, totalizando 3,117 milhões de residências em 2022. Na região, a maior concentração de moradias com essa privação estava na Bahia, em Pernambuco e no Maranhão. No Nordeste, cerca de 17 a cada 100 moradias ainda não estava ligada à rede geral de abastecimento de água tratada. Em três estados, contudo, essa proporção estava bem próxima ou passava a marca de 20 a cada 100, como foi o caso da Paraíba, de Alagoas e de Pernambuco.


Do ponto de vista educacional, a grande maioria da população em estado de privação de acesso à rede de água tratada não tinha instrução formal (12%) ou não tinha completado o ensino fundamental (45,8%). O peso da população que chegou ao ensino superior, tendo ou não completado esse ciclo, foi relativamente pequeno, de 6,6%. 


A distribuição da população com este tipo de privação apresenta uma forte concentração nos domicílios de baixa renda. Em 2022, 46,9% das pessoas com essa privação moravam em domicílios em que a renda total foi de, no máximo, R$ 2.400,00 por mês. Outros 31,9% das pessoas em privação moravam em residências cuja renda mensal domiciliar variava entre R$ 2.400,01 e R$ 4.400,00. Essas duas classes de renda totalizaram quase 80% da população em estado de privação de acesso à rede geral de distribuição de água tratada.


A análise identificou que 70,2% da população morando em habitações sem acesso à rede de distribuição de água tratada estava abaixo da linha de pobreza em 2022. A linha é definida pela renda domiciliar per capita: quem mora em um domicílio cuja renda per capita foi inferior a R$ 417,45 por mês estava abaixo da linha de pobreza conforme a definição do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Essa renda mensal equivalia a um rendimento diário de R$ 13,92.


Confira o estudo completo aqui

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