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quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Emendas de última hora podem comprometer Reforma Tributária, avalia CLP

Em Nota Técnica, entidade analisa impacto das alterações feitas pelo Senado pouco antes da votação do texto pelo plenário

 

Lula Marques/ Agência Brasil

As alterações feitas no texto da Reforma Tributária antes da aprovação final pelo Senado podem comprometer a eficácia do projeto original, na avaliação do Centro de Liderança Pública (CLP). A organização suprapartidária entende que a Reforma representa um avanço significativo para o sistema tributário brasileiro, mas acredita que as mudanças de última hora, como a Emenda 807, vão na direção oposta.

 

Em nota técnica divulgada nesta quinta-feira (9), o CLP alerta que a referida Emenda sujeita integrantes de carreiras tributárias dos entes subnacionais ao teto dos servidores da União, o que leva a um aumento do teto salarial sem justificativa, potencialmente exacerbando as desigualdades salariais no serviço público.

 

Outras emendas introduzem e mantêm benefícios fiscais que podem comprometer a simplicidade e a transparência almejadas pela reforma. É o caso da Emenda 815, que permite a manutenção e a prorrogação de incentivos fiscais do ICMS durante o período de transição, o que pode diluir os benefícios esperados da reforma, mantendo distorções e ineficiências. “Quanto maior o número de incentivos, menor será o benefício geral da reforma tributaria”, afirma Daniel Duque, gerente de Inteligência Técnica do CLP. O mesmo se aplica à introdução do tratamento diferenciado para o setor de eventos, feito pela Emenda 825, e ao regime específico para operações com microgeração e minigeração distribuída de energia elétrica, previsto na Emenda 804.

 

“Enquanto a reforma tributária traz avanços indiscutíveis para o sistema de tributação brasileiro, os tratamentos diferenciados e as mudanças inseridas no último momento são economicamente questionáveis e corroem o espírito da reforma. A busca por um sistema tributário mais justo, simples e eficiente deve evitar a tentação de criar exceções que apenas perpetuam as ineficiências do passado”, destaca Daniel Duque.

 

Confira a íntegra da Nota Técnica.

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