Especialista diz que ainda não há sinais de retração na economia. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Com a aprovação da desoneração da folha de pagamento dos trabalhadores pelo Congresso Nacional, cerca de 17 setores como confecções e vestuário, calçados, fabricação de veículos, tecnologia, transporte rodoviário, máquina e equipamentos podem ser beneficiados com a redução na cobrança de impostos trabalhistas. De acordo com o professor de Ciências Econômicas da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, João Matos, a diminuição de tributos pode impactar a geração de oportunidades de emprego.
“O conjunto de medidas faz com o governo não cobre o valor dos encargos sobre as folhas de pagamento de diversos setores da economia como têxtil, couro, coletivo, projeto de circuitos integrados e construção civil. O projeto de lei tem objetivo de reduzir a taxa de pagamento da contribuição, o que possibilita que as empresas realizem mais contratações, pois o custo com cada funcionário será menor”, afirma.
Ele explica que o governo está em busca de alternativas para reequilibrar as quotas e diminuir os efeitos da dívida.
“A previsão de rombos nas contas públicas neste ano é de 214 bilhões de reais no déficit primário. Dependendo do período e do tipo de arrecadação, o valor da desoneração pode girar em torno de 10 bilhões de reais. É provável que o dinheiro seja retirado de um setor para aumentar a receita”, relata.
O professor ressalta que o governo pode ser pressionado com a aprovação da desoneração.
“Ele pode procurar por opções que possam compensar a perda do dinheiro de impostos. Entre as alternativas, está o corte de alguma despesa ou inclusão de uma nova receita. Se a desoneração atingir outros setores, a meta fiscal pode ser comprometida para os próximos anos”, conclui.
*João Matos é professor de Ciências Econômicas da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio e está disponível para entrevista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário