Estudo irá investigar a fundo a inter-relação entre agricultura e preservação de vegetação natural dentro dos biomas da Amazônia e do Cerrado
Imagem de Gabriel Gurrola em Unsplash
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), junto ao Woodwell Climate Research Center, com o apoio financeiro da empresa Bayer, anunciaram neste sábado (9), na COP28 em Dubai, um inovador projeto de pesquisa, com duração de cinco anos, para investigar a fundo a inter-relação entre agricultura e preservação de vegetação natural dentro dos biomas da Amazônia e do Cerrado, entender o impacto em relação às condições climáticas locais e a conexão destes fatores com a estabilidade da produção agrícola. A parceria prevê um investimento de R$ 9,9 milhões da companhia alemã.
O lançamento do GALO (Global Assessment from Local Observations) foi feito durante a o painel: Ciência para adaptar a agricultura para um clima em mudança: o papel da agricultura regenerativa tropical, no Espaço Woodwell da Conferência.
Durante o período de estudo, pesquisadores combinarão dados de clima, disponibilidade e qualidade da água, estoques de carbono e distribuição da biodiversidade obtidos por sensoriamento remoto e observações de campo, na Amazônia e no Cerrado, além de uma análise econômica dos serviços prestados pelo meio ambiente à agricultura, avaliando a implicação das decisões de abertura de novas áreas sobre a viabilidade da atividade agrícola em médio e longo prazo.
Um dos objetivos do estudo é propor modelos agrícolas alternativos e estratégias de uso da terra e da água que contribuam para estabilidade do clima na região Amazônica-Cerrado. “A ideia é identificar paisagens sustentáveis que produzam mais água - e de qualidade - sequestrem mais carbono, regulem o clima e protejam a biodiversidade. Dessa forma, poderemos avaliar quanto custa para o produtor fazer a transição de uma agricultura convencional para a agricultura regenerativa, que prioriza a saúde do solo”, afirma Ludmilla Rattis, pesquisadora do IPAM e do Woodwell.
Rattan Lal, professor da Universidade do Ohio, reforçou durante o painel a necessidade de produzir mais nas áreas que já foram abertas. “Com o crescente aumento da população e os diversos efeitos causados pelas mudanças climáticas, é preciso que utilizem os recursos já disponíveis de forma mais eficiente. Otimizar o uso da terra e da água, produzir mais com menos.”
Para a Bayer, parcerias como essa têm um papel crucial para ajudar as soluções de agricultura regenerativa a ganharem escala no país. “Esperamos aperfeiçoar os sistemas de manejo agronômico, incorporando os resultados da pesquisa em recomendações para agricultores”, afirma Carolina Graça, diretora de Sustentabilidade da Divisão Agrícola da Bayer para a América Latina.
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