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sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Escritora Caicoense lança seu Primeiro Livro de Poesia: 'A Paixão, um Animal que Hiberna'.

 


A escritora caicoense, Ana Karla Farias, está celebrando o lançamento de sua mais recente obra literária, intitulada "A Paixão, um Animal que Hiberna" publicado pela Editora Minimalismos. Este é o terceiro livro de sua carreira e marca sua estreia no universo poético, representando uma nova faceta artística em sua trajetória como autora.


Além disso, Ana Karla é a autora do livro de contos "A Árvore dos Frutos Proibidos" (Multifoco), sua estreia literária. Recentemente, ela também lançou pela Editora Penalux a obra "À Deriva de Mim", um livro que contempla reflexões sobre sua jornada pessoal e ponderações acerca do ato de escrever.


Essa variedade de obras revela a versatilidade de Ana Karla Farias como escritora, explorando diferentes formas literárias para expressar suas ideias e experiências. Abaixo, confira a entrevista, na qual a autora compartilha insights fascinantes sobre sua inspiração, processo criativo e perspectivas em relação à escrita.

 

 


Entrevista

 

Como surgiu a ideia de escrever um livro de poemas? Existe uma inspiração específica por trás desse projeto?


Fui escrevendo, sem qualquer pretensão, poemas no Instagram. Como escritora de prosa, escrever poemas foi um desafio que enfrentei. A partir do feedback positivo de seguidores e amigos, decidi reunir esses escritos no intuito de publicá-los.


Escrevi a partir das dores, angústias e potências por mim experienciadas. Ademais, há um diálogo com o cinema e com a música (os filmes que vi, as canções que tenho ouvido nos discos). Sou a favor de uma literatura que embaralha fronteiras, bebendo de artes diversas, uma escrita sinestésica.

 

Quais são suas influências literárias e artísticas? Há autores ou obras que a inspiraram na criação desses poemas?


A minha escrita dialoga com as vozes de muitas outras autoras, contemporâneas ou que vieram antes de mim, e seguraram minha mão. Elas me encorajaram a escrever e me inscrever na própria obra. Marguerite Duras, a cinescritora Agnès Varda, Clarice Lispector, Hèléne Cixous, Virginia Woolf, Conceição Evaristo, Aline Bei, Ana Cristina Cesar, a minha irmã Ana Santana Farias, minha amiga Dai Dantas, todas elas ensinaram-me que meus escritos são importantes porque são meus. E por isso, são únicos!

 

Como foi o processo de criação para este livro de poemas? Você segue uma rotina específica ou escreve quando a inspiração surge?


Eu sou adepta da concepção de escrevivências, cunhada por Conceição Evaristo. Eu escrevo onde meus pés estão fincados, a partir das minhas vivências, ainda que não se encerre nelas, reverberando para alteridades outras.


Não gosto de pensar que a escrita advém de um estado de inspiração, uma vez que, sob esse prisma, parece que basta sentar na cadeira, de frente à tela do computador, para a escrita fluir fácil. Quando, na verdade, há todo um esforço e trabalho ali despendidos. Escrever requer dedicação, trabalho, tempo, compromisso, leitura, pesquisa e, claro, um tanto de iluminação.

 

Existe um tema central que permeia seus poemas, ou cada poema é uma expressão única e independente?


Há um fio condutor que costura os fragmentos escritos: o amor e suas muitas facetas. Com base no filme Brilho eterno de uma mente sem lembranças (2004), escrevi esses poemas atormentados sobre um amor voraz, que se quer ser consumido, mesmo diante das impossibilidades.


No filme, temos dois personagens que se amam, mas não conseguem existir juntos. Ainda que o amor perdure, amar não é sempre tão colorido.


Seus poemas refletem experiências pessoais? Como você equilibra a exposição de suas emoções com a criação de uma obra literária?


Sim! Aprendi muito com a cinescrita da Agnès Varda e da Marguerite Duras que é possível inscrever-se subjetivamente na própria obra, sem se reduzir a uma escrita de si. Escrever tendo como ponto de partida nossas motivações pessoais para além de si.


Assim, há uma desconstrução do mito autobiográfico. O si é só um ponto de partida para tecer agenciamentos com o mundo externo. Quando nos inscrevemos, contamos narrativas sobre as experiências de todas as mulheres. Vale a máxima “o pessoal é político”.

 

Há algum poema em particular que tenha uma conexão mais profunda ou significativa para você?


Sim! Vejamos:


"Pensei que se a vida fosse um filme do Kauffman

À maneira de Brilho eterno de uma mente sem lembranças

Eu te apagaria

sem titubear ou pensar duas vezes.

E então, o som da vitrola tocando Wish you were here,

sobreposto ao som da gota do vinho

saindo devagar na taça

seria algo banal para mim.

 

Devolveríamos os ingressos do Cine Sesc, Cine Bijou...

Passar pela rua São Carlos do Pinhal

já não me diria nada

não faria qualquer sentido".

 

Como você descreveria seu estilo literário e poético? Há alguma abordagem específica que você tenha procurado incorporar em seus poemas?


Um estilo literário híbrido, que mescla ficção e realidade, objetividade e subjetividade. A abordagem de escrever com verdade, com as veias abertas e o coração pulsando.

 

Como espera que os leitores recebam seus poemas? Existe uma mensagem específica que deseja transmitir por meio de suas palavras?


Concordo com o que apregoa a poeta Matilde Campilho ao dizer “a arte não salva o mundo. Mas salva o minuto”. O que dialoga muito de perto com a canção do Sérgio Sampaio “um livro de poesia na gaveta não adianta nada. Lugar de poesia é na calçada”. Uma vez impressos no papel, os escritos deixam de ser exclusivamente meus, tornando-se dos leitores que deles precisam.


Espero que as leitoras reconheçam-se na minha voz e digam: esse livro sou eu!

 

Quais conselhos você daria a escritores aspirantes que desejam publicar sua própria obra?


Escreva! A escrita é para você.


***


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