Imagine se na Europa se resolvesse destruir o patrimônio arquitetônico das cidades para se construir "espigões" e, imagine se fosse para se construir um camarote. No dia 19 de maio de 2021 Caicó foi tomada de lamentos quando um casarão de 107 anos, chamado de casa rosa, a fachada mais bonita da cidade, foi derrubado. Naquele dia não se sabia por que nem para quê a demolição havia sido feita, dois anos depois, quando o Carnaval da cidade foi retomado no pós pandemia em 2023, surgiu um camarote sob os escombros.
O Camarote representa a burrice de classes médias sem cultura, sendo uma das facetas de uma sociedade fracassada. Temos um povo conformado, nunca tomado de vontade de melhorar sua vida, seu entorno e a cidade e temos a "cultura" da ostentação, pessoas com dinheiro mas que não compram livros e esbanjam o luxo e o prazer, ficando prezas aos modismos de sua época.
O desenvolvimento econômico é cultural, constitui-se de modos de viver a vida. O Carnaval no Brasil foi tomado nos últimos anos sob uma abordagem economicista para justificar os gastos públicos; evidente se o problema central do desenvolvimento econômico brasileiro fosse o carnaval seríamos o país mais rico do mundo. Se o evento movimenta dinheiro não traz desenvolvimento, que no caso brasileiro passa pela mudança de "pensamento" das "elites" e do povo e a resolução do problema educacional.
Transformar uma pequena cidade numa cidade de carnaval sob uma suposta justificativa econômica, em que se vicia os necessitados somente para aumentar lucros de alguns poucos empresários, que em contrapartida não têm capacidade de defender a cidade, posto que não possuem cultura, derrubam prédio histórico para construir camarote, significa que estamos na encruzilhada mortal da burrice e do atraso.
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