A Igreja Universal e a adoção de crianças do semiárido - Blog A CRÍTICA

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sábado, 16 de março de 2024

A Igreja Universal e a adoção de crianças do semiárido



Um dias desses, na época do carnaval, onde no Brasil só é possível ligar a TV na Record, nas outras épocas do ano não se deve fazê-lo, liguei a televisão na emissora do Bispo Macedo para ver se passava alguma notícia que não fosse sobre o festival do subdesenvolvimento e vi uma presepada: uma campanha da Igreja Universal de "adoção" simbólica de crianças do Nordeste, como se fazia nos EUA com crianças africanas na década de 1980.


O que será que tem por trás disso, já que o Nordeste de hoje, inclusive o semiárido, se encontra no mesmo nível de desenvolvimento de qualquer parte do Brasil, não existe mais o isolamento que separava o semiárido da civilização tecnológica. Temos uma sociedade mista, igual a foto da favela de Paraisópolis dentro do Morumbi em São Paulo. Pobreza e riqueza dividindo as cidades, mas o atraso de outrora, a África brasileira de antes que fazia os fariseus cristãos de São Paulo baterem a punheta da caridade, já não existe mais.


Por quê não adotar crianças de uma favela de São Paulo ou do Rio de Janeiro? Tem muitos mais crianças em vulnerabilidade no Rio do que no sertão do Ceará. O velho fetiche de se divertir com o deslumbrante sofrimento das pessoas do nordeste, com latas d`água na cabeça e os retirantes que só a Record acha, sendo que nós que vivemos no Sertão do Nordeste e temos água abundante na torneira não vemos isso aqui. A minha cidade, Caicó, em pleno sertão do Rio Grande do Norte, tem muito mais segurança hídrica do que a cidade de São Paulo.


A Campanha da Universal e a Novela Renascer da Rede Globo causam náuseas. Paz e bem. 



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