A atividade de Telecomunicações foi a que mais perdeu participação na receita operacional líquida em dez anos - Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil |
O segmento de informação e comunicação, que em 2013 dominava a receita bruta de serviços em 14 unidades da federação, viu sua participação encolher ao longo de uma década, a ponto de não prevalecer mais em nenhuma delas em 2022. Essa retração foi impulsionada principalmente pela queda na receita da atividade de telecomunicações, como apontam os dados da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) divulgados hoje (28) pelo IBGE.
Marcelo Miranda, analista responsável pela pesquisa, destaca que a mudança de comportamento dos consumidores, que passaram a usar mais a Internet e aplicativos de mensagens em vez de telefonia tradicional, foi um dos principais fatores para essa redução. A receita operacional líquida (ROL) do segmento de informação e comunicação, que no início da série histórica em 2007 representava 31,2% do total do setor de serviços, caiu para 19,4% em 2022, ficando atrás dos segmentos de Transportes (29,8%) e de Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares (27,8%).
Enquanto o segmento de informação e comunicação perdia terreno, o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares crescia em importância, sendo predominante na receita bruta de serviços em 22 unidades da federação em 2022, comparado a 10 em 2013. Esse segmento reflete a crescente demanda por serviços especializados e terceirizados, impulsionando o crescimento em diversas regiões do país.
Outro destaque no relatório é o setor de tecnologia da informação, que faz parte do segmento de informação e comunicação. Este foi o que mais ganhou participação em dez anos, com um aumento de 3,4 pontos percentuais, demonstrando a relevância crescente da tecnologia na economia de serviços. Em contrapartida, a atividade de telecomunicações, que em 2013 tinha a maior participação na receita operacional líquida, caiu 6,7 pontos percentuais desde então.
Em 2022, as empresas prestadoras de serviços não financeiros no Brasil totalizaram uma receita bruta de R$3,1 trilhões, com 97,4% desse valor gerado pela prestação de serviços, e o restante por atividades secundárias, como operações industriais e de revenda de mercadorias. O contingente de trabalhadores no setor de serviços atingiu um recorde, com 14,2 milhões de pessoas ocupadas, um crescimento de 5,8% em relação ao ano anterior. Este é o maior número registrado na série histórica da PAS, reforçando a importância do setor de serviços para a economia brasileira.
Este panorama evidencia uma transformação significativa no perfil do setor de serviços no Brasil, com a tecnologia ganhando espaço enquanto a tradicional telecomunicação perde relevância, e os serviços especializados se tornando cada vez mais predominantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário