Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos (fonte: divulgação Warren)
Andréa Angelo, estrategista de Inflação da Warren Investimentos
O IPCA de agosto contrariou a expectativa e registrou deflação de 0,02% e alta de 4,24% no acumulado 12 meses, abaixo da projeção de 0,01% e 4,27% esperada por nós.
- Os serviços subjacentes vieram abaixo do esperado por nós, 0,28% vs. 0,39%, com a desaceleração mais intensa e espalhada sendo explicada por alimentação fora do domicílio, conserto de automóveis e cinema. A média dos núcleos seguiu a mesma direção, fomos surpreendidos para baixo. Esperávamos 0,34% e veio 0,25%, a maior parte foi explicada por perfume, que apresentou deflação maior que a antecipada de -0,76% vs. -0,10%. Com o resultado de hoje, os serviços subjacentes dessazonalizado e anualizado desacelerou para 5,35% de 5,59% em julho e a média dos núcleos (DP,MS,P55,EX0 e EX3) atingiu 4,37%, abaixo do teto da meta. Em julho estava em 4,63%.
- Serviços intensivos em mão de obra, após surpreender para baixo no IPCA-15 de agosto, hoje veio em linha. Na métrica dessazonalizada e anualizada saiu de 5,02% no IPCA de julho para 4,33%. Por ora, esperamos que serviços intensivos em mão de obra encerre o ano em 5,29% e subjacentes fique próximo de 6% vindo de 4,80% em 2023. Neste sentido, fica evidente que, até o momento, o que esperamos a frente é uma piora nesta dinâmica refletindo as condições favoráveis do mercado trabalho em que todos indicadores econômicos ligados a renda e emprego seguem bastante fortes. Entendemos que esta é uma dinâmica que vai em linha com a expectativa de Selic subindo para 11,5% no ritmo de 25bps.
- As surpresas altistas de hoje foram: alimentos voláteis e eletroeletrônicos. Vale dizer que os alimentos registraram deflação menor que a esperada por nós, de -0,73% vs. -0,95% esperada, principalmente pelos produtos in natura, o tomate e a batata e frango. O grupo in natura caiu -4,7%, com os tubérculos registrando deflação de 16,3% vs. -18,07% esperado. No ano, in natura registra alta de em torno de 3,3% e esperamos que volte a subir por conta da seca e atinja 9,1%. No mesmo sentido, vemos os alimentos no domicílio deixar o 4,6% em 12 meses e terminar mais próximo de 6%.
- Já o grupo de bens duráveis continuou mostrando dinâmica de repasse cambial e segue como risco altista no ano e no primeiro trimestre de 2025. O movimento recente dos núcleos dos IGPs continua evidenciando essa dinâmica. E nesta leitura, os bens duráveis vieram mais pressionados que esperado, na métrica dessazonalizada e anualizada atingiu 2,4% de 2%, principalmente eletroeletrônicos e mobiliários. Esperamos que o grupo termine o ano em 2,9% de 1,1% em 2023 e para 2025 vemos acima de 3,1%.A nossa projeção do
IPCA de 2024 está em 4,55% e 4,20% 2025.
IPCA de setembro 0,54% de 0,44% (alimentos)
IPCA de outubro 0,25%
IPCA de novembro 0,23%
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