Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Na noite desta segunda-feira, Sandra Kelly, candidata à prefeitura de Caicó pelo Solidariedade, apresentou uma denúncia grave contra a atual gestão. A acusação envolve áudios nos quais uma suposta apoiadora cobra a participação de funcionários não concursados em atos de campanha do prefeito Judas Tadeu, candidato à reeleição pelo PSDB. No áudio, a pessoa afirma que, se dependesse dela, exoneraria os servidores que não comparecessem às passeatas.
Nos áudios a pessoa que fala ainda se utiliza do termo "bacurau", uma aberração anacrônica do subdesenvolvimento político brasileiro e, também se refere à garantia do emprego, ou seja, uso privado do interesse público.
Esse tipo de prática remete ao patrimonialismo na administração pública brasileira, que levou à criação de um estatuto rigoroso para servidores públicos com o objetivo de coibir o empreguismo. No entanto, mesmo com essas medidas, prefeitos ainda têm a possibilidade de nomear inúmeros cargos comissionados, o que pode facilitar o uso da máquina pública para fins privados, isso acaba fazendo com quê os chamados "cabos eleitorais" vendam o apoio em troca de futuros empregos.
Apesar de as denúncias ainda estarem em fase de apuração, elas evidenciam um problema persistente na política brasileira: o uso de cargos públicos como moeda de troca em campanhas eleitorais. Esse tipo de coação, além de prejudicar a integridade do processo eleitoral, afeta diretamente a moralidade e a eficiência do serviço público, pois funcionários se veem obrigados a atender interesses eleitorais em vez de desempenhar suas funções de forma imparcial.
Caso as acusações sejam confirmadas, as consequências legais para a atual administração podem ser significativas, incluindo a abertura de investigações por abuso de poder político e uso indevido da máquina pública.
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