Mesmo antes das eleições deste domingo (06), já há um grande derrotado: o Seridó. A região que outrora liderou o processo histórico de construção política do Rio Grande do Norte, hoje se encontra sob a condução de líderes de mentalidade carnavalesca e vazia, cuja única habilidade durante a campanha parece ser fazer barulho nas ruas.
O Seridó, que um dia produziu figuras notáveis como Juvenal Lamartine na política, o maestro Tonheca Dantas nas artes e Nei Leandro de Castro na literatura, agora sofre uma decadência impiedosa. A atual liderança, destituída de qualquer grandeza moral ou intelectual, promove uma massificação sem precedentes.
Nas eleições de 2024, surgiram denúncias alarmantes de tentativas de infiltração de facções criminosas em pelo menos dois municípios da região: Jardim de Piranhas e Serra Negra do Norte, este último marcado por uma onda de assassinatos que evidenciam a crise de segurança.
Dois símbolos gritantes desse subdesenvolvimento e dessa degeneração política são o "paredão de som" e o trio elétrico. Durante os atos de campanha, é comum ver pessoas penduradas nesses equipamentos, copo de bebida na mão, como se a política fosse uma festa interminável, enquanto o debate sério e as propostas são praticamente inexistentes.
Caicó, outrora cabeça da região, foi tragicamente transformada por líderes populistas que inventaram uma suposta "tradição" de carnaval. A cidade, já estagnada economicamente, agora vive uma semana de excessos, onde os moradores, sem oportunidades de renda por meses, são obrigados a correr atrás de caminhões, enquanto o município se transforma em uma espécie de curral para turistas, longe dos interesses locais.
Quando a faceta mais baixa da cultura pré-moderna europeia se torna no símbolo máximo de uma cidade isso demonstra a falta de grandeza cultural. Essa acefalia tragicamente nos conduz à barbárie e a perspectiva é o domínio do poder público pelo crime organizado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário