Rede Nacional de Proteção de Jornalistas, projeto liderado por Instituto Vladimir Herzog e Artigo 19, lança novas funcionalidades na plataforma de denúncia para proteger profissionais de comunicação, em meio ao aumento expressivo de ataques durante a campanha eleitoral deste ano
O cenário eleitoral brasileiro em 2024 já começa a gerar preocupações quanto à segurança dos profissionais de comunicação. De acordo com um relatório recente da Coalizão em Defesa do Jornalismo, nas primeiras semanas de campanha, houve uma escalada significativa de ataques contra jornalistas e veículos de comunicação, com mais de 30 mil postagens ofensivas disseminadas na plataforma X (anteriormente Twitter), com apenas 9 dias de campanha. Esse crescimento expressivo de violência, já apontado em um mapeamento da Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores, reflete um contexto alarmante que vem se agravando desde 2017.
Dados compilados pela Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores revelam que, entre 2017 e 2023, o Brasil registrou um aumento considerável de incidentes de violência contra jornalistas. O ano de 2023 foi particularmente crítico, com o maior número de agressões reportadas, superando 35 casos, o que demonstra que a banalização das ameaças à imprensa se intensificou, especialmente em períodos eleitorais.
Em resposta a esse cenário, a Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores lançou uma versão atualizada de sua plataforma, com o objetivo de fortalecer a defesa da liberdade de expressão e oferecer suporte aos profissionais que enfrentam ataques. A plataforma traz ferramentas atualizadas, como um mapa interativo e um canal seguro para a denúncia de ameaças. O site tem se mostrado essencial para a articulação de uma resposta coordenada às agressões, que incluem desde violência digital até ameaças físicas e jurídicas.
Em um momento em que o Brasil vive crescente polarização e aumento das tensões políticas, a defesa da liberdade de imprensa e a segurança dos jornalistas tornam-se temas de grande preocupação. Com as eleições de 2024 em pleno curso, organizações como o Instituto Vladimir Herzog e a Artigo 19, que lideram a Rede, reforçam a importância de estratégias de proteção e de uma ação coletiva para garantir que o jornalismo siga cumprindo seu papel democrático, livre de intimidações.
“Esses esforços são fundamentais para enfrentar o ciclo de violência, ampliado em períodos eleitorais, e assegurar que a voz da imprensa continue a ecoar, sem censura ou medo de retaliações”, afirmou Rogério Sotilli, diretor do Instituto Vladimir Herzog.
Para a entidade, o aumento dos casos de violência, especialmente em um contexto de maior engajamento nas redes sociais e da proximidade das eleições, demanda atenção urgente. Através da plataforma e das iniciativas de proteção, os jornalistas têm um suporte para manter a integridade de suas coberturas e garantir a liberdade de expressão no Brasil.
Para mais informações e acesso à plataforma, visite: rededeprotecao.org.br
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