São mais de 32 mil escolas monitoradas pelo Medidor Educação Conectada do Ministério da Educação; apenas 3 mil escolas públicas possuem velocidade de internet apropriada
Falta de equipamentos limita uso pedagógico da internet nas escolas públicas brasileiras – Foto: Pedro Menezes/Governo de Pernambuco via Câmara dos Deputados
Por Analice Candioto - Jornal da USP
Segundo o levantamento Panorama da Qualidade da Internet nas Escolas Públicas Brasileiras, realizado pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), 32 mil escolas são monitoradas pelo Medidor Educação Conectada do Ministério da Educação e apenas 3 mil escolas públicas do País possuem velocidade de conexão adequada. Os dados também mostraram que das 137 mil escolas estaduais e municipais de todo o Brasil, 89% estão conectadas à rede de internet, 62% declararam ter internet para o processo de ensino e apenas 29% contam com computadores, notebooks ou tablets para os estudantes.
A socióloga Maria Helena Guimarães de Castro, titular da Cátedra Instituto Ayrton Senna do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, Polo Ribeirão Preto, afirma que o País enfrenta desafios para integrar tecnologia de qualidade e equipamentos adequados nas escolas públicas. “O maior desafio é garantir a conectividade de alta velocidade que não pare de funcionar a qualquer momento e, além disso, ter computadores com conexão de alta qualidade para uso dos professores e estudantes. O levantamento feito pelo CGI.br mostrou que muitas escolas só possuem o acesso à internet para resolver problemas administrativos e não para uso pedagógico.”
Nas escolas de Ribeirão Preto, segundo o secretário Municipal da Educação, Felipe Elias Miguel, todas as escolas municipais possuem acesso à internet. “Todas as nossas salas de aulas possuem computadores novos, com equipamentos multimídia, projetor e caixas de som que são utilizados pelos professores para aulas mais dinâmicas. São mais de 2 mil computadores nas nossas escolas, nos laboratórios, salas de aulas e para todos os profissionais administrativos. Isso dá acesso a mais de 25 mil alunos do ensino fundamental.”
Segundo a professora Cintia Ferreira Leite Melo, que atuou em duas escolas públicas de Ribeirão Preto, ambas possuíam equipamentos e computadores, porém, a qualidade de internet era ruim. “Nesses dois anos chegaram os equipamentos e fizemos uso, foi de grande valia para os professores e alunos, apesar de a internet deixar a desejar em uma delas. Acredito que ainda precise melhorar, principalmente em relação aos adolescentes, que fazem muito uso da tecnologia”, afirma.
Desigualdades educacionais
Nenhum comentário:
Postar um comentário