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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

76% dos brasileiros temem que os filhos sofram bullying na escola, aponta Datafolha. Para associação, dados apontam perda de confiança na segurança dos colégios

Temor maior está entre pessoas pretas, que tem o bullying por racismo


A maioria dos pais e mães brasileiros tem medo de que seus filhos sejam alvo de bullying na escola, segundo pesquisa Datafolha. A parcela soma 76%, incluindo quem tem muito medo (50%) e quem tem um pouco de medo (26%). “Quando três em cada quatro pais deixam o filho para estudar sem acreditar que ele está em um lugar seguro, podemos afirmar que a sociedade está perdendo a confiança na instituição escola como um local adequado para que seus filhos tenham um ambiente livre de violência para aprender, aponta a presidente da Associação SOS Bullying, Ana Paula Siqueira.

Entre as mães, 65% têm muito medo do bullying. Quando se faz um recorte por raça, 65% das pessoas pretas sofrem com o temor que seus filhos sejam vitimas de bullying na escola, ante 49% entre pardos e 42% entre brancos.

Para Ana Paula, o resultado da pesquisa demonstra a dificuldade que as instituições de ensino enfrentam para aplicar a legislação brasileira que trata de bullying. “São duas leis que tratam diretamente sobre o tema, a 13.185/2015, que define as ações que devem ser implantadas para combater o bullying, e a 14.811/2024, que criminaliza o bullying”, explica. “A Lei do Bullying (13.185) é bastante detalhada e clara ao definir como a escolas devem implantar e documentar um programa preventivo contra o bullying, mas como não há uma fiscalização efetiva, esse programa acaba sendo negligenciado, o que explica tantos casos e o temor das famílias”.

Ana Paula ainda esclarece que o bullying traz consequências negativas para todos os envolvidos. A vítima é a principal afetada, mas a situação marca famílias, agressores e toda a comunidade escolar. “Hoje, quando um caso ocorre, temos muitas sentenças judiciais condenando instituições e gestores por omissão, exatamente pela falta de implantação das diretrizes definidas por lei”, completa a especialista.

Na pesquisa Datafolha, foram entrevistados 1.312 responsáveis por estudantes em 113 municípios brasileiros.

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