No terceiro dia da COP29, a Conferência da ONU sobre o Clima, novas estimativas científicas foram divulgadas, revelando que o mundo deve alcançar a neutralidade de carbono até o fim da década de 2030. Um relatório da organização Global Carbon Project, assinado por 120 cientistas, indica que limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais exige que o planeta reduza as emissões líquidas de dióxido de carbono (CO₂) a zero nos próximos 15 anos.
Entretanto, o consenso entre as nações continua distante, especialmente em torno do financiamento climático. Um novo rascunho de acordo foi publicado hoje, mas as negociações seguem em impasse. Países em desenvolvimento reivindicam pelo menos 1,3 trilhões de dólares anuais dos países ricos para ajudá-los a reduzir emissões e se adaptarem às mudanças climáticas. Essa cifra é muito superior ao objetivo estabelecido em 2009, quando nações industrializadas se comprometeram a contribuir com 100 bilhões de dólares anuais, meta essa que só foi parcialmente cumprida em 2022.
O objetivo final da COP29, realizada de 11 a 22 de novembro, é definir um novo compromisso de financiamento climático, o “Novo Objetivo Coletivo Quantificado” (NCQG), que substituirá o acordo de 2009. Contudo, o avanço das negociações tem sido marcado por tensões entre países do Norte e do Sul globais. Em um esforço para mediar os interesses, o Egito e a Austrália apresentaram uma proposta de consenso, rejeitada pelos países em desenvolvimento, que consideraram o texto excessivamente favorável às nações ricas.
As próximas semanas serão cruciais para definir se a comunidade global está pronta para abraçar metas mais ousadas e cooperativas rumo à sustentabilidade ambiental.
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