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sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Inflação acelera em outubro impulsionada por altas em energia elétrica e carnes, diz IBGE

Energia elétrica residencial (4,74%) exerceu impacto 0,20 p.p. no índice geral em outubro - Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias


A inflação no Brasil subiu para 0,56% em outubro, mostrando uma aceleração de 0,12 ponto percentual em comparação ao índice de setembro, que ficou em 0,44%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi fortemente influenciado pelas elevações nos preços dos grupos Habitação (1,49%) e Alimentação e Bebidas (1,06%), que juntos impactaram em 0,23 ponto percentual do índice geral. No ano, a inflação acumulada atingiu 3,88%, enquanto, nos últimos 12 meses, a taxa está em 4,76%.



Principais Influências: Energia Elétrica e Carnes

No grupo de Habitação, a energia elétrica residencial registrou alta de 4,74%, exercendo o maior impacto entre os subitens (0,20 p.p.). Em outubro, a bandeira tarifária adotada foi a vermelha no patamar 2, o que elevou os custos ao consumidor em R$ 7,87 por 100 kWh, comparado ao acréscimo de R$ 4,46 em setembro, sob a bandeira vermelha no patamar 1. Segundo André Almeira, gerente do IPCA e INPC, essa mudança explica o salto na tarifa de energia.

A Alimentação e Bebidas teve aumento de 1,06%, com destaque para as carnes, que subiram 5,81% no mês, devido a uma menor oferta de produtos e uma alta demanda de exportações. Cortes específicos, como acém (9,09%) e costela (7,40%), puxaram o índice. Almeira aponta que essa variação é a maior para o item desde novembro de 2020, quando o aumento foi de 6,54%.

Impacto Regional e Outras Variações

Em termos regionais, todas as áreas pesquisadas mostraram inflação positiva em outubro, com Goiânia registrando a maior alta (0,80%), impulsionada pelo aumento da energia elétrica (9,62%) e do contrafilé (6,53%). Aracaju apresentou a menor variação (0,11%), beneficiada pela queda nos preços da gasolina (-2,88%) e do transporte público urbano (-6,22%).

O transporte foi o único grupo a registrar deflação em outubro, com uma variação de -0,38%, reduzindo o índice em 0,08 p.p. A queda nas passagens aéreas (-11,50%) e nos preços de transporte público urbano, influenciada pelas gratuidades em dias eleitorais, foram os principais fatores de redução.

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)

O INPC, que reflete a inflação para famílias com rendimento de 1 a 5 salários mínimos, subiu 0,61% em outubro, superando o índice de setembro, que foi de 0,48%. A taxa acumulada nos últimos 12 meses é de 4,60%, acima dos 4,09% do período anterior. Alimentos e bebidas continuaram a pressionar o índice, com alta de 1,11%.

O panorama atual da inflação evidencia as pressões vindas do setor de energia e de alimentos, em um cenário de desafios para consumidores e planejadores econômicos. A continuidade de altas no setor de alimentação, especialmente nas carnes, e a instabilidade nas tarifas de energia devem ser monitoradas com atenção.

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