Na manhã desta segunda-feira, a Transparência Internacional no Brasil, uma das principais organizações globais na luta contra a corrupção, emitiu um posicionamento no X (antigo Twitter), em que responsabiliza a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pelo avanço da corrupção na advocacia e pela conexão crescente de advogados com o crime organizado.
Segundo a Transparência Internacional, a OAB tem resistido a reformas fundamentais que poderiam prevenir a corrupção na profissão. Uma das críticas mais incisivas foi sobre a rejeição da OAB em aderir à Lei Anti-Lavagem de Dinheiro, que exige que diferentes setores prestem contas e facilitem o rastreamento de transações suspeitas. A organização ressalta que a profissão de advocacia, sendo vital para a justiça e a democracia, deve ser exemplar na conformidade com normas contra a lavagem de dinheiro. No entanto, a OAB vem se opondo a que os advogados sejam submetidos a esses mesmos controles.
Outro ponto levantado pela Transparência Internacional foi a resposta da OAB após a “Operação E$quema S,” que revelou o uso de advogados de elite em esquemas de corrupção no Judiciário. A OAB teria reagido promovendo mudanças na Lei da OAB no Congresso, resultando em um fortalecimento da proteção dos escritórios de advocacia contra investigações. Essa reforma, conforme a Transparência Internacional, gera um ambiente de blindagem, dificultando que eventuais crimes cometidos por advogados sejam devidamente investigados.
A entidade também afirmou que o Brasil foi recentemente criticado pelo Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), principal órgão multilateral contra a lavagem de dinheiro, pela falta de adequação da advocacia às normas anti-lavagem. Esse órgão tem destacado a necessidade de o Brasil fortalecer o combate à lavagem de dinheiro envolvendo advogados e assegurar que a profissão não seja capturada por práticas corruptas e conexões com o crime organizado.
A OAB tem enorme responsabilidade pela corrupção na advocacia brasileira - inclusive no seu crescente envolvimento com o crime organizado.
— Transparência Internacional - Brasil (@TI_InterBr) November 11, 2024
Não aceita que advogados sejam submetidos à Lei Anti-Lavagem de Dinheiro e, quando a Operação E$quema S explicitou o uso em larga escala de… https://t.co/tfdL9fPW8p



Nenhum comentário:
Postar um comentário