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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Análise: cenário macroeconômico global 2025 e desafios e oportunidades para o Brasil

Um possível cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia deverá trazer melhora da economia global, principalmente nas emergentes que têm como moeda forte as commodities

Erick Isoppo, CE da IDB do Brasil Trading Créditos: Divulgação/IDB


Criciúma, 23 de dezembro de 2024 - O ano de 2025 promete um cenário econômico global de grandes mudanças, trazendo desafios e oportunidades para o comércio exterior brasileiro. Com a possível estabilização do conflito entre Rússia e Ucrânia e o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, a dinâmica de mercados internacionais será profundamente impactada, especialmente para países emergentes como o Brasil.


Ao mesmo tempo que o cessar-fogo na Ucrânia pode revitalizar as cadeias globais de suprimentos e impulsionar economias produtoras de commodities, as políticas protecionistas de Trump contra a China, com um forte aperto tarifário, podem abrir portas para os produtos brasileiros nos mercados norte-americanos. Por outro lado, no Brasil, o ambiente interno será marcado por inflação elevada, juros altos e um dólar valorizado, o que exigirá estratégias sólidas de adaptação por parte das empresas. Isso é o que indica a análise do especialista em comércio exterior e CEO da IDB do Brasil Trading, Erick Isoppo.


Segundo ele, “a retomada do diálogo entre Rússia e Ucrânia deve destravar a economia global, beneficiando mercados emergentes. Já as políticas de Trump podem representar oportunidades significativas para os produtos brasileiros, mas é preciso estar preparado para os desafios cambiais e de custo de produção”.


Com um dólar projetado para operar na faixa de R$ 5,90 em 2025, o custo de insumos importados tende a pressionar a indústria nacional, que depende de matérias-primas externas. A estabilização entre Rússia e Ucrânia, no entanto, pode estimular a demanda global por commodities, trazendo ganhos para exportadores brasileiros nos setores agrícola e mineral.


“Esperava-se uma queda gradual dos juros brasileiros, mas isso já está descartado. O incremento da taxa básica de juros está forçando o governo brasileiro a tentar ‘arrumar a casa’, ou seja, o mercado está pressionando para que o governo faça mais medidas de contenção de gastos para que em 2026 nossa dívida pública não chegue à casa próxima dos 90%. Essa pressão contra o governo vai ser benéfica a longo prazo, mas para 2025 teremos um remédio amargo: inflação mais alta, resultado do dólar valorizado frente ao real e também dos juros mais altos que comprometem o fluxo de caixa e o endividamento das empresas e dos consumidores brasileiros”, alerta o especialista.


Isoppo destaca a importância de uma gestão eficiente para superar um ano de ajustes. “O Brasil deve focar em ampliar mercados, reduzir o endividamento e manter a eficiência operacional. O cenário é desafiador, mas com uma estratégia clara e bem executada, há espaço para crescimento do mercado e da indústria nacional. A recomendação é fazer o que fazemos dentro de casa desde 2006, se preparar para os altos e baixos do mercado. Planejamento, inovação e uma governança focada em resultados são fundamentais para enfrentar períodos de incerteza,” afirma.


No Brasil, a política econômica será liderada por Gabriel Galípolo, que assume a presidência do Banco Central em janeiro. Sua gestão será crucial para equilibrar o controle da inflação com a retomada do crescimento econômico. Segundo o especialista, o aumento nos investimentos em infraestrutura, como o programa Minha Casa, Minha Vida, versão 2025, será uma tentativa de impulsionar a economia doméstica em meio a juros elevados.


“A economia global estará mais conectada em 2025, e as empresas brasileiras precisam aproveitar essa onda para expandir e consolidar suas operações no mercado internacional. Planejamento e governança serão os diferenciais para um ano de transformação,” conclui Erick Isoppo.

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