Livros e filmes de sucesso popularizaram e deram glamour à máfia, que se tornou objeto de estudos. Uma parte oculta e quase ignorada desse fascínio diz respeito ao seu poder econômico, tema explorado no documentário francês inédito “Máfia & Bancos”, que estreia com exclusividade no Brasil no canal Curta!, dividido em três episódios.
No primeiro, “A Era dos Pioneiros”, o diretor Christophe Bouquet, que também assina o roteiro ao lado de Mathieu Verboud, vai às origens da formação e expansão da máfia para começar a explicar essa relação. Nos Estados Unidos, numa época marcada pela proibição da venda e do consumo de bebidas alcoólicas, os mafiosos começaram a prosperar graças ao contrabando, lucrando como nunca.
“Quando falamos da Lei Seca, falamos de milhões de caixas de álcool toda semana sendo distribuídas em vários territórios. Portanto, exige um verdadeiro processo de industrialização, de produção, de contabilidade, bancos e assim por diante”, afirma o cientista político e criminologista Nicolas Giannakopoulos.
Para a máfia prosperar, era preciso entender os mecanismos de finanças. Com o domínio da área e com a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, os grupos ilegais estavam prontos para dominar setores-chave da economia, como indústria e serviços.
O documentário explana como a máfia passou a utilizar círculos de poder, finanças internacionais e bancos oficiais para entrar no mundo dos negócios. O uso de paraísos fiscais se dissemina, e os mafiosos passam a lavar dinheiro e fugir das regulações nacionais em terras distantes.
“Esse dinheiro circula e é reinvestido no sistema de proibição. Também financia, em grande parte, um consumo ostensivo, porque o estilo de vida dos gangsters é ostentar riqueza. E há quem diga que a expressão ‘lavagem de dinheiro’ vem do próprio Al Capone, que tinha uma rede de lavanderias”, conta Clotilde Champeyrache, economista especialista em crime organizado.
A produção vai da Suíça às Bahamas, do Vaticano a Xangai, e investiga a Cosa Nostra, a máfia chinesa e célebres operadores e banqueiros internacionais como Michele Sindona e Meyer Lansky, idealizadores de um sistema financeiro que uniria, de forma irrevogável, as organizações criminosas aos bancos.
“O mercado de eurodólares era um mercado realmente secreto, que permitia que as pessoas ocultassem suas identidades, a origem do dinheiro e a forma como o dinheiro era movimentado e usado. Criou-se um ambiente criminogênico, no qual é possível que criminosos mesclem seus fundos com dinheiro perfeitamente limpo”, denuncia o fundador da Tax Justice Network, John Christensen.
“Máfia & Bancos” é uma série documental com três episódios de 52 minutos de duração. Produzido pela Arte France em parceria com a Yami2, a produção também pode ser vista no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br). A estreia é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 13 de dezembro, às 22h.
Episódio inédito de ‘Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil’ apresenta a complexa heroína Clara Camarão
Indígena, guerreira, líder militar, aliada dos portugueses, heroína nacional. São muitas as definições que podem ser atreladas a Clara Camarão, personagem que tem sua história revisitada no quinto e inédito episódio da série original “Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil”.
A série documental, viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), valoriza e exalta a biografia de mulheres que foram peças fundamentais em muitos momentos da história do Brasil. Ainda assim, muitas delas foram negligenciadas pelos registros oficiais, como Clara Camarão.
“A Clara Camarão é, hoje, uma personalidade bastante conhecida, porque existe na contemporaneidade um interesse muito grande por mulheres que foram importantes em algum momento do passado. Mas quando a gente vai para fontes históricas, não é assim tão fácil encontrar informações sobre ela. Sabemos que ela existiu. Há informações esparsas, mas sobretudo relacionadas ao seu marido Felipe Camarão”, afirma a historiadora e professora da UFF Elisa Garcia
Com direção de Rodrigo Grota, o episódio mostra como o apagamento da heroína indígena começa logo pela sua identidade. Seu verdadeiro nome jamais foi descoberto, e Clara Camarão começa a aparecer na história brasileira com o seu nome cristão, dado pelos jesuítas ao lado dos quais ela lutou. Acaba sendo citada, em 2017, no “Livro dos Heróis da Pátria”, obra que reúne personalidades fundamentais para a formação e a defesa do Brasil.
“O que eu acho mais interessante e o que mais acontece no Brasil, há 500 anos, é o apagamento das mulheres e de todos os indígenas, mas no caso das mulheres indígenas há um apagamento muito grande. Uma mulher que teve seu nome apagado para ser batizada no cristianismo, para ter um nome cristão. A gente conhece o nome dela como Clara Camarão, a gente de fato não consegue nem conhecê-la direito”, opina a atriz e educadora Ludimila D’Angelis.
Com depoimentos inéditos e novas análises, descobrimos que sua liderança nas batalhas contra os holandeses, em Pernambuco, no século XVII, foi fundamental para a vitória das tropas portuguesas, ao introduzir novas técnicas de combate. Celebrada na construção da identidade brasileira após a Independência, sua aliança com os colonialistas, contudo, leva a acusações de traição, tornando sua figura mais complexa.
“Quanto mais o tempo passa, mais coisa se perde. A chance de termos perdido documentos da época que podem explicar melhor os acontecimentos históricos aos quais ela está relacionada é alta. Mas também é importante pensar no processo de construção da memória, então não é só buscar os feitos da Clara Camarão, mas como eles repercutiram ao longo do tempo e como ela foi sendo buscada. Isso também é uma forma de refletir sobre sua figura, sua atuação e a nossa história”, avalia a historiadora Geisy Suet.
Além de Clara Camarão, também são retratadas em outros episódios da série as histórias de Dandara, Maria Felipa de Oliveira, Tia Ciata, Filipa de Sousa, Maria Quitéria, Narcisa Amália e Leolinda Daltro.
Com oito episódios de 52 minutos, “Libertárias Mulheres Inspiradoras na História do Brasil” é uma produção da Kinopus. Os capítulos são disponibilizados no CurtaOn – Clube de Documentários, no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br), um dia após a estreia no canal. A estreia é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 13 de dezembro, às 23h.
Segundas da Música – 09/12
21h30– “Dolores Duran - O Coração da Noite” (Documentário)
Adiléia Silva da Rocha ficou conhecida por seu nome artístico: Dolores Duran. Uma mulher de origem pobre, nascida em 1930, afrodescendente, que, apesar de todos os desafios provenientes de sua condição social e de sua saúde frágil, se tornou um prodígio muito jovem e uma grande estrela da música brasileira dos anos 1950. Este documentário sobre a cantora e compositora conta com depoimentos íntimos e bem embasados, como os de Rodrigo Faour, crítico, escritor, historiador da MPB e biógrafo de Dolores; Denise Duran, irmã da artista; Maria Fernanda, filha adotiva; João Donato, ex-namorado de Dolores; e do escritor, ator e produtor Haroldo Costa. As entrevistas revelam uma mulher à frente de seu tempo, namoradeira, boêmia, intensa, alegre e inteligente, e se intercalam com imagens de arquivo e números musicais realizados pela atriz e cantora Bárbara Sut. Dolores sempre esteve próxima da ideia da finitude, pois desde criança conviveu com um sopro no coração. Viveu intensamente e morreu aos 29 anos. Direção: Igor Miguel, Juliana Baraúna Duração: 70 min Classificação: Livre Horários alternativos: 10 de dezembro, terça-feira, às 1h30 e às 15h30; 11 de dezembro, quarta-feira, às 9h30 e 14 de dezembro, sábado, às 16h30
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Terças das Artes – 10/12
22h20– “Niemeyer - A Vida é Um Sopro” (Documentário)
Um filme que se pauta na poética das formas de Oscar Niemeyer para reconstruir a história do maior ícone da arquitetura moderna brasileira. Uma trajetória indissociavelmente ligada às transformações do país no século XX. No documentário, o arquiteto conta de forma descontraída como concebeu seus principais projetos. Mostra como revolucionou a arquitetura moderna, com a introdução da linha curva e a exploração de novas possibilidades de utilização do concreto armado. Fala também sobre sua vida, seu ideal de uma sociedade mais justa e de questões metafísicas, como a insignificância do homem diante do universo. O filme é costurado por imagens de arquivo inéditas e raras, e por depoimentos de personalidades como os escritores José Saramago, Eduardo Galeano e Carlos Heitor Cony, o poeta Ferreira Gullar, o historiador Eric Hobsbawn, o cineasta Nelson Pereira dos Santos, o ex-presidente de Portugal Mário Soares e o compositor Chico Buarque. Direção: Fabiano Maciel Duração: 90 min Classificação: Livre Horários alternativos: 11 de dezembro, quarta-feira, às 2h20 e às 16h20; 12 de dezembro, quinta-feira, às 10h20; 14 de dezembro, sábado, às 13h45; 15 de dezembro, domingo, às 19h45 e 16 de dezembro, domingo, às 2h20
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Quartas de Cena e Cinema – 11/12
21h30– “O Cinema das Mulheres” (Documentário)
O documentário conta a história do cinema no Brasil sob a perspectiva das mulheres que trabalharam no setor audiovisual em diferentes áreas. Ora diante das câmeras, como atrizes; ora por trás das telas, como diretoras, assistentes ou produtoras, as mulheres sempre estiveram lá. Inicialmente, eram raras nos sets, mas aos poucos foram conquistando mais espaço e consolidando uma presença cada vez mais numerosa. A produção convoca um time de mulheres fundamentais para a consolidação do papel feminino no cinema brasileiro, como Alice Gonzaga, Helena Solberg, Tereza Trautman, Lucy Barreto e Carla Camurati. Um dos destaques é a presença da atriz Ruth de Souza, falecida em julho de 2019. O filme registra a última entrevista concedida por ela, que venceu as barreiras de gênero e de raça e se consagrou como um grande nome do cinema. Depoimentos de pesquisadores e a narração de Zezé Motta costuram a narrativa, ilustrada com cenas de produções como “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil” (1995), “O Quatrilho” (1955), “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976), “Sinhá Moça” (1953) e “Os Homens Que Eu Tive” (1973). Direção: Vanessa de Araújo Souza Duração: 85 min Classificação: Livre Horários alternativos: 12 de dezembro, quinta-feira, às 1h30 e às 15h30; 13 de dezembro, sexta-feira, às 9h30; 14 de dezembro, sábado, às 22h; 15 de dezembro, domingo, às 16h15; 16 de dezembro, segunda-feira, às 0h45
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Quintas do Pensamento – 12/12
21h30– “Romance de Formação” (Documentário)
A realização do sonho de estudar em uma universidade de ponta vem também com uma série de anseios, desafios e até mesmo frustrações. É preciso motivação para continuar seguindo em frente na certeza de que todo o esforço valerá a pena. Quatro estudantes que vivem esse momento delicado são acompanhados pela lente da diretora Julia de Simone neste documentário. O filme mostra o cotidiano de jovens estudantes de renomadas instituições acadêmicas: Victoria Saramago, e seu doutorado em literatura em Stanford, nos Estados Unidos; Caetano Altafin, que estuda Direito Corporativo em Harvard, também nos Estados Unidos; Fábio Martino, estudante da Universidade de Música de Karlsruhe, na Alemanha; e William Cortopassi, que se dedica à farmacologia na PUC-Rio, no Brasil. Os quatro têm em comum uma história de dedicação, sacrifício, foco e responsabilidade. Histórias que poderiam parecer comuns ganham ares de extraordinário sob o olhar de Julia de Simone. Em um país em que o Ensino Superior é uma realidade para poucos, chegar ao topo de uma formação acadêmica é uma jornada notável. Direção: Julia De Simone Duração: 74 min Classificação: Livre Horários alternativos: 13 de dezembro, sexta-feira, às 1h30 e às 15h30; 15 de dezembro, domingo, às 14h45; 16 de dezembro, sábado, às 9h30; 23 de janeiro, quinta-feira, às 18h; 24 de janeiro, sexta-feira, às 4h
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Sextas de História e Sociedade – 13/12
22h– “Máfia e Bancos” (Minissérie em três episódios) - Episódio: “A Era dos Pioneiros”
O encontro entre o mundo das máfias e o mundo das finanças é tímido e quase acidental. Mas com a explosão do tráfico de drogas e o enriquecimento das máfias, elas encontraram intermediários no mundo dos bancos. O resultado foi um verdadeiro cataclismo: o maior colapso bancário já registrado. Direção: Christophe Bouquet Duração: 52 min Classificação: 14 anos Horários alternativos: 14 de dezembro, sábado, às 2h e às 15h30; 15 de dezembro, domingo, às 21h30; 16 de dezembro, segunda-feira, às 16h; e 17 de dezembro, terça-feira, às 10h
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23h – “Libertárias: Mulheres Inspiradoras” (Série) - Episódio: “Clara Camarão”
A história de Clara Camarão, indígena potiguara que se destacou no século XVII em batalhas ocorridas em Olinda e Recife durante o período das invasões holandesas. A série mescla cenas ficcionais, entrevistas e material de arquivo. Com Ludimila D’Angelis no papel de Clara Camarão, o episódio traz, ainda, no elenco Diego Loman e Eddie Mansan. Direção: Rodrigo Grota Duração: 52 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 14 de dezembro, sábado, às 3h e às 18h; 15 de dezembro, domingo, 10h; 16 de dezembro, segunda-feira, às 17h; e 17 de dezembro, terça-feira, às 11h
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Sábado– 14/12
20h– “A Persistência da Memória” (Série) - Episódio: “Os Labirintos da Memória”
Os apagamentos recorrentes de memórias territoriais. Espaço versus território. Perdas de memórias territoriais em cidades como Rio de Janeiro e Recife e a importância da fotografia nesses registros. A perda da memória individual na velhice. O Alzheimer. O caso Alcyr Lacerda: memória fotográfica e a perda da própria memória. Outras histórias e perdas de memória. Direção: Paola Vieira Duração: 26 min Classificação: Livre Horários alternativos: 15 de dezembro, domingo, às 12h; 16 de dezembro, segunda-feira, às 8h30
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Domingo– 15/12
5h e 18h45– “Salve o Prazer!” (Documentário)
O fotógrafo e artista plástico Carlos Filho, mais conhecido como Cafi, foi responsável por algumas das capas de disco mais emblemáticas da música brasileira: quase 300 álbuns, inclusive o lendário “Clube da Esquina”, de Milton Nascimento e Lô Borges. Mas sua contribuição para a arte e a cultura foram além. Este documentário conta a sua trajetória, da década de 1960 até a sua morte, no réveillon de 2019. O fio condutor do longa é o depoimento do próprio Cafi, filmado em lugares que marcaram a sua vida, entre Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Sua fala e a dos outros entrevistados se misturam às imagens de arquivo de seu acervo pessoal, além de vídeos antigos de cidades por onde passou. Tudo isso embalado por uma trilha sonora de belas canções da MPB. Diante do olhar sensível dos diretores Lírio Ferreira e Natara Ney, Cafi relembra seu passado e reencontra parceiros e amigos, como Alceu Valença, Lô Borges, Jards Macalé, Ronaldo Bastos e a coreógrafa Deborah Colker, sua ex-mulher. Ele participou ativamente da vida cultural do Brasil, era entusiasta do Maracatu, manifestação cultural típica da Zona da Mata pernambucana e foi um dos fundadores do coletivo de poesia Nuvem Cigana, além de ter feito parte da história do Circo Voador. Direção: Natara Ney, Lírio Ferreira Duração: 52 min Classificação: 14 anos Horários alternativos: 15 de dezembro, domingo, às 18h45
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