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| O escritor Dalton Trevisan em imagem de 1976 (ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE) |
Dalton Trevisan, um dos maiores nomes da literatura brasileira e vencedor do Prêmio Camões em 2012, faleceu nesta segunda-feira 9 de dezembro de 2024, aos 99 anos. Recluso e avesso aos holofotes, o "Vampiro de Curitiba" deixa um legado literário inigualável, com contos traduzidos para línguas como inglês, francês, espanhol e italiano.
Nascido em 14 de junho de 1925, em Curitiba, Trevisan iniciou sua trajetória literária com a revista Joaquim (1946-1948), um espaço de vanguarda que reuniu ensaios e contos de ícones como Carlos Drummond de Andrade e Mário de Andrade, além de traduções de Franz Kafka, Marcel Proust e Jean-Paul Sartre. Sua obra, marcada por um estilo conciso e personagens densos, revela as contradições e complexidades humanas, muitas vezes ambientadas em cenários urbanos.
Entre suas obras mais emblemáticas estão Crimes de Paixão (1978), Contos Eróticos (1984), Violetas e Pavões (2009) e O Anão e a Ninfeta (2011), seu último livro publicado. O conto A Guerra Conjugal (1969) foi adaptado para o cinema por Joaquim Pedro de Andrade, rendendo prêmios nacionais e uma menção honrosa no Festival de Barcelona.
Reconhecido pela Academia Brasileira de Letras com o Prêmio Machado de Assis em 2011, Trevisan também recebeu o Jabuti no mesmo ano, na categoria de contos e crônicas, pelo livro Desgracida.
A notícia de sua morte foi divulgada pela família por meio das redes sociais: "Todo vampiro é imortal. Ou, ao menos, seu legado é. Dalton Trevisan faleceu hoje, 09 de dezembro de 2024, aos 99 anos."
Trevisan será lembrado como um escritor que, mesmo fugindo das câmeras e entrevistas, conquistou leitores e críticos ao redor do mundo. Seu olhar afiado sobre as fraquezas humanas e sua habilidade única de contar histórias simples, mas profundamente impactantes, eternizam sua contribuição à literatura.
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