Recentemente, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) definiu três novos procedimentos de avaliação de artigos científicos produzidos pelos programas de pós-graduação no Brasil. O Boletim do Instituto de Pesca (BIP), periódico do Instituto de Pesca (IP-Apta), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, voltado à disseminação de pesquisas e estudos científicos nas áreas de pesca e aquicultura, está atento a essas novas diretrizes.
O Qualis-periódicos, sistema de classificação de revistas científicas criado pela Capes, deixará de ser usado para avaliar a produção de estudantes e docentes dos programas de pós-graduação no quadriênio de 2025 a 2028, a ser concluído em 2029. A nova abordagem concentra-se na qualidade e classificação do artigo, não apenas no desempenho bibliométrico da revista científica. A explicação foi dada por Antonio Gomes de Souza Filho, diretor de Avaliação da Capes.
Confira os três novos procedimentos de avaliação
No primeiro procedimento, a principal mudança é que a classificação recairá sobre os artigos e não mais sobre as revistas, mas eles ainda receberão uma avaliação com base no desempenho do periódico em que foram publicados.
No segundo e terceiro procedimentos de classificação, abrem-se possibilidades para observar parâmetros individuais dos artigos científicos. No segundo, será possível combinar elementos quantitativos do artigo, como índices de citação e indicadores alternativos, ou “altimétricos”, com critérios qualitativos do periódico em que o artigo foi publicado, destacando revistas de acesso aberto de boa qualidade ou de relevância nacional, como as indexadas na SciELO.
Já o terceiro procedimento tem foco não em métricas, mas na avaliação qualitativa de cada artigo, observando, por exemplo, sua contribuição científica e impacto teórico.
Sigmar de Mello Rode, presidente da Associação Brasileira de Editores Científicos (Abec-Brasil), avalia que a inclusão de novas classificações para artigos científicos pode beneficiar as publicações nacionais. Ele observa que muitos pesquisadores preferem publicar em revistas internacionais de prestígio, que têm uma média de citações maior e, portanto, estão mais bem avaliadas pelo Qualis.
Segundo a pesquisadora do IP e editora-chefe do BIP, Fabiana Garcia, esta é uma mudança esperada há muito tempo pela comunidade científica brasileira e, principalmente, pelos editores de periódicos nacionais. “Esperamos que esta mudança resulte em um aumento de publicações de bons artigos em periódicos nacionais, que levarão a uma melhoria gradual na qualidade e visibilidade de nossos periódicos. ”
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