Foto: Bombeiros Militar/Governo do Tocantins |
A pequena cidade de Aguiarnópolis, no estado do Tocantins, foi palco de uma tragédia no dia 22 de dezembro último, quando uma ponte desabou, resultando na morte de 14 pessoas e outras 3 ainda continuam desaparecidas. Em meio ao luto e às buscas por respostas, surgem questionamentos sobre a gestão dos recursos públicos no município.
Conforme apurado pelo colunista Tácio Lorran, do portal Metrópoles, a prefeitura de Aguiarnópolis gastou pelo menos R$ 1,8 milhão em cachês para artistas e grupos musicais que participaram de festivais ao longo deste ano. O montante representa cerca de 5% de todo o orçamento municipal, valor que poderia ter sido empregado em manutenção e melhorias de infraestrutura, incluindo pontes e outras estruturas críticas.
Do total gasto, aproximadamente R$ 1 milhão foi financiado através das chamadas emendas Pix. Esta modalidade de emenda parlamentar, criticada por sua falta de transparência, permite que prefeitos recebam recursos de forma rápida e com poucas exigências de fiscalização. A agilidade no repasse, no entanto, muitas vezes resulta em contratações realizadas sem o devido rigor, abrindo margem para questionamentos sobre a priorização de gastos.
A situação de Aguiarnópolis traz à tona um debate mais amplo sobre o uso de emendas parlamentares e a responsabilidade dos gestores públicos em direcionar recursos para áreas de maior impacto social. Enquanto a cidade enfrenta as consequências de uma infraestrutura negligenciada, os altos valores pagos em festivais reforçam a urgência de uma fiscalização mais rigorosa e de uma gestão que priorize a segurança e o bem-estar da população.
A Folha de S. Paulo fez um levantamento detalhado sobre a situação da infraestrutura de todas as pontes federais que são administradas pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Os dados, atualizados até maio de 2023, revelam que 727 pontes em todo o país se encontravam nas categorias crítica ou ruim, sendo 130 delas na pior condição possível, e outras 597 na categoria ruim.
Recentemente publicamos aqui n`A CRÍTICA o caso de Caraúbas, no Rio Grande do Norte, onde a prefeitura destinou valores expressivos para shows e festividades, enquanto o município enfrenta graves problemas sociais e econômicos. Esses exemplos reforçam como o uso de recursos públicos para eventos festivos pode entrar em choque com as reais necessidades da população, evidenciando uma tendência preocupante de má gestão.
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