A Caicó Eventos resolveu ultrapassar o limite do cinismo, atingindo níveis inéditos de deboche ao receitar música de padrão vibratório agressivo como terapia para a saúde mental. A heroína épica da vida pública caicoense, anteriormente denominada prefeitura municipal, depois do sono de Felipe Amorim e da briga dos microfones com Ricardo Chaves, no festival de desperdício de dinheiro público com shows de música no estilo "ou sai de perto ou vai comer capim", surpreendeu a todos com um vídeo de deboche com um assunto sério exatamente durante o janeiro branco.
Em uma encenação grotesca, publicada nas redes sociais nesta quinta (09), um produtor de shows da Caicó Eventos reproduz algo como uma consulta médica por telefone. Após um diálogo forjado com um suposto "cantor", prescreve-lhe, como cura terapêutica, a participação em um desfile de trio elétrico – essa invenção cuja persistência só é explicada pelo analfabetismo estrutural e o atraso que afligem nosso Brasil.
O tal do "cantor" se chama Henry Freitas, um Felipe Amorim com um pouco mais de barba porém tão ruim quanto o outro. Mas não nos contentemos em julgar pelas aparências. Investigamos as letras do supracitado "artista" e, oh, que revelação! Descobrimos uma poesia digna de... uma loja de móveis. "Senta, senta, senta" — a melodia perfeita para aqueles que esperam por serviços públicos que nunca chegam. Eis o retrato de uma cultura que dança sobre suas próprias ruínas.
Caicó tem um índice elevado de suicídios, em 2020 atingiu a cifra de 45 por grupo de 100 mil habitantes, foi uma das taxas mais elevadas do país segundo o Ipea. Será que dá pra brincar com o assunto? Será que as escolas municipais possuem psicólogos? Será que uma terapia pela rede pública no município é tão ágil quanto a resposta de um trio elétrico à primeira nota de "senta, senta, senta"?
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