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domingo, 16 de março de 2025

MP investiga possíveis irregularidades no Carnaval de Caicó, segundo jornalista

Reprodução


Uma reportagem investigativa produzida pelo repórter Dinarte Assunção revelou possíveis irregularidades na aplicação de recursos públicos no Carnaval de Caicó 2025, levando o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) a instaurar um procedimento para apurar os fatos. A investigação tem como base a Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992) e a Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021), buscando esclarecer falhas na transparência e na legalidade das contratações realizadas para o evento.


A apuração destacou que a 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Caicó requisitou documentos detalhando licitações, dispensas, inexigibilidades, contratos, notas de empenho e comprovantes de pagamento. No entanto, a Prefeitura de Caicó não entregou os documentos dentro do prazo legal e, mesmo após uma extensão de 10 dias úteis, as informações não foram disponibilizadas integralmente. Diante dessa omissão, o MPRN reforçou a requisição, alertando que a não entrega de documentos pode configurar crime, com pena de até três anos de reclusão.


O ponto central da investigação envolve uma possível triangulação de pagamentos. A reportagem de Dinarte Assunção revelou que a Prefeitura de Caicó contratou diretamente artistas para o evento, como Michele Andrade, por R$ 280 mil. No entanto, dias depois, alguns contratos foram cancelados sob a justificativa de que a Associação Cultural Amigos da Furiosa (ACAF) assumiria os pagamentos. A suspeita do MPRN recai sobre a transferência de recursos da prefeitura para a ACAF, o que pode ter sido uma manobra para evitar processos licitatórios.


Em resposta aos questionamentos, o prefeito Judas Tadeu alegou que a solicitação de documentos foi direcionada às secretarias municipais, que pediram mais prazo devido ao volume de informações e processos ainda em andamento. Ele também justificou que a liberação tardia de emendas parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN) influenciou as contratações via ACAF. No entanto, o MPRN segue investigando se houve irregularidades e se a justificativa apresentada pelo gestor municipal condiz com os fatos.


Outro ponto levantado na investigação é a origem das emendas parlamentares que abasteceram a ACAF. A reportagem identificou que, até o momento, apenas um deputado estadual confirmou a destinação de R$ 40 mil para o Carnaval de Caicó via ACAF, valor muito inferior ao necessário para cobrir as despesas do evento. Esse dado reforça a necessidade de mais esclarecimentos sobre a real fonte dos recursos utilizados.


O caso segue em apuração, e o Ministério Público pode tomar medidas mais drásticas caso as informações solicitadas continuem sendo omitidas. A repercussão do caso levanta dúvidas sobre a transparência na gestão dos recursos do evento e reforça a necessidade de fiscalização rigorosa na aplicação do dinheiro público.


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