O IPCA-15 de abril registrou uma alta de 0,43%, acima da nossa projeção de 0,41% e da mediana do mercado, de 0,42%. Em 12 meses o índice acumula uma alta de 5,49%, acelerando de 5,26% em fevereiro.
Diferentemente do que esperávamos, a alimentação no domicílio surpreendeu para cima e apontou alta de 1,29%, voltando a acelerar na leitura. Os destaques de alta foram: Tubérculos, raízes e legumes ( principalmente o tomate), Frutas, Aves e ovos e Leite e derivados, porém vale ressaltar que o grupo de carnes registrou a terceira queda seguida desde o IPCA-15 de março, porém menos intensa que esperado. Outra surpresa altista foi do subgrupo de higiene pessoal foi o que mais contribuiu para cima, em especial o perfume, que subiu 2,5%, enquanto esperávamos uma alta de apenas 0,12% para o item. As nossas projeções de alimentação no domicílio, in natura e carnes para 2025 estão em 8,81%, 20,85% e 10,81%, respectivamente.
Por outro lado, a passagem aérea merece destaque, dado que registrou uma queda de 14,4%, enquanto esperávamos uma queda de 2%. Na mesma linha, a dissipação do efeito da elevação do ICMS sobre combustíveis (-0,38%) ocorrida em fevereiro, bem como o m energia elétrica, contribuíram para o número menos pressionado.
Nossa avaliação é de que a prévia da inflação de abril não foi ruim, seguiu dentro da volatilidade tradicional de IPCA-15.Os serviços subjacentes e intensivos em trabalho, apesar de terem surpreendido levemente para cima, em relação à projeção (0,55% e 0,52% subj. e 0,52% vs. 0,50% intensivos), recuaram na métrica dessazonalizada e anualizada, de 7,61% e 7,25% para 7,26% e 6,01%, respectivamente. Na mesma medida, a média dos núcleos (DP, MS, EX0, EX3, P55) saiu de 5,76% para 5,65%. Adicionalmente, a difusão veio um pouco acima do observado nas últimas duas divulgações, porém melhor que esperado por nós. Para 2025, projetamos altas de 6,53% e 5,84% para os serviços subjacentes e intensivos em trabalho, respectivamente.
Adicionalmente, o número de hoje aumentou a nossa convicção de que o repasse do câmbio ficou em 2024, vide a análise da sazonalidade do grupo de bens semi-duráveis. E a aceleração de bens industriais ficou concentrada no item Perfume, como mencionado acima.
🔽 IPCA de abril: 0,41% (sem alteração, porém se fossemos considerar os itens que repetem do IPCA-15, entre eles passagem aérea, aluguel residencial e empregado doméstico, haveria um ajuste de -7 bps, que foi anulado pela revisão de alimentação para cima).
🔼 IPCA de maio: de 0,29% para 0,35% (principalmente alimentação).
Para o ano de 2025, projetamos um IPCA de 5,5%, com balanço de riscos predominantemente baixista (a preços de tela, se arroba do boi média a R$330, câmbio mais apreciado sobre os preços de bens industriais e um possível reajuste de queda na gasolina), apesar de também considerarmos riscos altistas relevantes (bandeira amarela em dezembro, efeito na atividade do FGTS e crédito consignado). Para 2026, trabalhamos com alta de 4,50% e com balanço de riscos altista (câmbio mais depreciado, efeito na atividade da isenção do IR para ganhos até R$5 mil, crédito consignado, maior inflação de carnes e bandeira amarela).


Nenhum comentário:
Postar um comentário