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quinta-feira, 29 de maio de 2025

Mercado de trabalho segue estável e registra recorde de trabalhadores com carteira assinada, aponta IBGE

Número de empregados com carteira assinada no setor privado (39,6 milhões) foi recorde - Foto: Karolina Fabbris Pacheco/AEN-PR


A taxa de desocupação no Brasil foi de 6,6% no trimestre de fevereiro a abril de 2025, segundo dados da PNAD Contínua divulgados nesta quinta-feira (29) pelo IBGE. O índice mostra estabilidade em relação ao trimestre imediatamente anterior (6,5%) e representa uma queda de 1,0 ponto percentual na comparação com o mesmo período de 2024. O contingente de pessoas desocupadas ficou em 7,3 milhões, número estável na comparação trimestral, mas com redução de 11,5% (menos 941 mil pessoas) frente ao ano anterior.


O número total de pessoas ocupadas no país atingiu 103,3 milhões, também estável em relação ao trimestre anterior, mas com alta de 2,4% na comparação anual, o que equivale a mais 2,5 milhões de brasileiros empregados. O nível da ocupação — proporção de ocupados em relação à população em idade de trabalhar — permaneceu em 58,2%, com leve avanço de 0,9 ponto percentual em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.


“A estabilidade nas taxas de desocupação e subutilização confirma o que o primeiro trimestre apontou, ou seja, uma boa capacidade de absorção dos empregos temporários constituídos no último trimestre de 2024”, explica William Kratochwill, analista da pesquisa.


Subutilização e informalidade em queda


A taxa composta de subutilização da força de trabalho ficou em 15,4%, estável frente ao trimestre anterior (15,5%), mas com queda de 2,0 pontos percentuais na comparação anual. O número de pessoas subutilizadas abrange os desocupados, os subocupados por insuficiência de horas e os trabalhadores potenciais que não estão disponíveis ou procurando ativamente por trabalho.


A informalidade também recuou, passando de 38,3% no trimestre anterior para 37,9%. Isso corresponde a 39,2 milhões de trabalhadores informais, reflexo da estabilidade no número de empregados sem carteira assinada (13,7 milhões) e de trabalhadores por conta própria (26 milhões). Em contraste, o contingente de empregados com carteira assinada no setor privado atingiu novo recorde: 39,6 milhões, um crescimento de 0,8% frente ao trimestre anterior e de 3,8% em relação ao mesmo período de 2024.


“O mercado de trabalho apresentando níveis mais baixos de subutilização da população em idade de trabalhar, como vem acontecendo, naturalmente impulsiona as contratações formalizadas, uma vez que a mão de obra mais qualificada exige melhores condições de trabalho”, avalia Kratochwill.


Serviços públicos puxam crescimento na ocupação


Entre os dez grupamentos de atividade analisados pela PNAD Contínua, apenas Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais apresentou aumento da ocupação na comparação com o trimestre anterior. O analista do IBGE destaca que o início do ano letivo explica a alta, com a necessidade de reforço na estrutura de serviços educacionais e de apoio, como professores, cuidadores e cozinheiros.


Na comparação anual, cinco grupamentos registraram crescimento:


  • Indústria Geral: +3,6% (mais 471 mil pessoas)

  • Comércio e reparação de veículos: +3,7% (mais 696 mil)

  • Transporte, armazenagem e correio: +4,5% (mais 257 mil)

  • Atividades financeiras, imobiliárias e profissionais: +3,4% (mais 435 mil)

  • Administração pública e afins: +4,0% (mais 731 mil)


Em contrapartida, a Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve retração de 4,3%, com menos 348 mil pessoas ocupadas.


Rendimento também atinge pico


O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi de R$ 3.426, valor estável no trimestre e com aumento de 3,2% em relação ao mesmo período de 2024. Já a massa de rendimento real habitual — que representa a soma dos rendimentos de todos os trabalhadores ocupados — chegou a R$ 349,4 bilhões, um novo recorde, com crescimento de 5,9% (mais R$ 19,5 bilhões) frente ao ano anterior.


“A massa de rendimento alcançou esse pico devido à estabilidade do nível da ocupação, além de aumentos pontuais da população ocupada com carteira de trabalho assinada nos setores privado e público”, conclui Kratochwill.



Com o recuo da informalidade, estabilidade nos principais indicadores e aumento da renda, os dados do IBGE confirmam um cenário de consolidação no mercado de trabalho brasileiro, mesmo com sinais de desaceleração da atividade econômica em alguns setores.


Informações da Agência IBGE.

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