Em Caicó ambientalistas denunciam morte de craibeira após obra da Prefeitura

Reprodução/Facebook

De acordo com denúncia publicada nas redes sociais pela página Arboriza Caicó, uma magnífica craibeira localizada na lateral da Catedral de Sant’Ana morreu após uma intervenção da Prefeitura Municipal na praça Monsenhor Walfredo Gurgel, popularmente conhecida como “praça da Catedral”.

Segundo o coletivo, a morte da árvore foi causada por uma terraplenagem mal executada durante uma obra de reforma no entorno da praça. A denúncia alerta que a remoção de solo próximo às raízes comprometeu a saúde da craibeira, que já não exibe sinais de recuperação. O caso reacende o debate sobre a forma como intervenções urbanas têm sido conduzidas em Caicó, frequentemente sem planejamento ambiental adequado e com prejuízos diretos à vegetação nativa.

A mesma prática já havia sido adotada na reforma da área principal da praça em 2023, quando outra grande craibeira foi derrubada. À época, a derrubada da árvore foi justificada pela Prefeitura como uma “necessidade do projeto de modernização”. A repetição do dano, no entanto, reforça para os ambientalistas uma falta de compromisso sistemática com o verde urbano.

A craibeira (Tabebuia aurea), árvore nativa da caatinga, é conhecida por sua esplêndida floração amarela no período seco, que transforma a paisagem do sertão em espetáculo visual. Além de seu valor estético, a árvore desempenha papel ecológico fundamental: fornece sombra, abrigo para aves e insetos polinizadores, além de ser símbolo da resiliência da vegetação do semiárido nordestino.

O coletivo Arboriza Caicó defende a substituição de espécies exóticas — muitas vezes escolhidas por motivos ornamentais sem adaptação ao clima da região — pelo plantio de árvores nativas, como a craibeira, o umbuzeiro, o juazeiro e o pau-ferro. A proposta tem sido apresentada em audiências públicas, projetos escolares e campanhas nas redes sociais.

Até o momento, a Prefeitura de Caicó não se manifestou oficialmente sobre a morte da árvore ou sobre as acusações feitas pelo coletivo. Também não há informações sobre a existência de laudos técnicos prévios às intervenções ou sobre acompanhamento ambiental das obras executadas na praça.