São mais de 100 milhões de pessoas, aponta levantamento da IFAT Brasil; cenário de investimentos é propício, mas meta de universalização do saneamento básico é desafio

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
São Paulo, junho de 2025 - 101,6 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à rede de esgoto, o que equivale a 47,8% da população do país, segundo pesquisa da IFAT Brasil em parceria com Pezco Economics e Resolux Company, com cruzamento de dados com a projeção populacional atualizada do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2024.
O levantamento traz dados sobre saneamento básico, como rede de esgoto, rede de água, águas pluviais e resíduos. Também traz informações por grandes regiões do país e divididas por estados.
“Enfrentar os desafios de frente e encontrar soluções é um dos objetivos da IFAT Brasil. E só podemos transformar a realidade se nos ampararmos por dados concretos e confiáveis do nosso segmento. Quando falamos em saneamento básico, não estamos falando apenas de infraestrutura, mas também de saúde e de vidas humanas”, afirma Rolf Pickert, CEO da Messe Muenchen do Brasil, organizadora da IFAT Brasil (Feira Internacional em Água, Esgoto, Drenagem e Soluções de Recuperação de Resíduos).
Em relação à rede de esgoto, a região Norte é a mais carente do serviço público: apenas 14,7% da população é atendida, seguida de Nordeste (31,4%), Sul (49,7%) e Centro-Oeste (62,3%). A região Sudeste é a que está mais perto da universalização: 8 em cada 10 habitantes (80,9%) têm acesso à rede de esgoto.
O Distrito Federal está em melhor colocação entre as unidades da federação, com 82% dos habitantes com acesso a esgoto tratado, seguido de Roraima (81,3%), Paraná (75,9%) e São Paulo (71,4%). Nas últimas colocações vêm Acre (0,7%), Pará (8,3%), Rondônia (9,8%), Maranhão (14,1%) e Amapá (14,2%).
Tratamento de água
Quando o assunto é universalização da água tratada, também há distância entre as macrorregiões, apesar de a disparidade ser bem menor em relação ao esgoto. A região Norte tem 64,2% de cobertura populacional, seguida de Nordeste (76,9%), Centro-Oeste (89,8%), Sudeste (90,9%) e Sul (91,6%).
Entre unidades da federação, Distrito Federal (99% de pessoas com acesso à água potável), Paraná (96,1%), São Paulo (95,2%), Sergipe (91,6%) e Pernambuco (89,7%) são os primeiros no ranking. Na outra ponta, vêm Amapá (46,9%), Acre (48,%), Pará (55,4%), Rondônia (56,6%) e Maranhão (59,5%).
Investimentos
De acordo com o levantamento, o país deve investir R$ 387 bilhões até 2040 em água e esgoto. A meta para universalização do saneamento básico no Brasil é 2033 e prevê atendimento de 90% da população para rede de esgoto e 99% para acesso à água potável.
“Os investimentos atuais e previstos mostram que o setor está em plena expansão, impulsionado pelo aumento da participação da iniciativa privada no setor, a partir do Marco Legal do Saneamento”, afirma Pickert. “Atingir a meta da universalização é um grande desafio, e só conseguiremos atingi-la se conseguirmos ampliar a parceria entre governos, iniciativa privada, entidades e outros players do setor.”
A pesquisa aponta que a participação da iniciativa privada no setor subiu, nos municípios, subiu de 5,2% em 2019 para 15,7% em 2023 - com projeção de aumentar para 45,6% em 2026.


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