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| Foto: Agência Sebrae |
O programa de algodão agroecológico, desenvolvido pelo Projeto AgroSertão em parceria com instituições como o Instituto Riachuelo, Embrapa, Emparn, Sebrae/RN e Fundação Banco do Brasil, representa uma das iniciativas mais promissoras para a geração de renda e fortalecimento da agricultura familiar no Seridó potiguar. Trata-se de um esforço concreto para recuperar a tradição algodoeira, incentivar práticas sustentáveis e oferecer dignidade aos pequenos produtores rurais.
Mas, infelizmente, a Prefeitura de Caicó não tem demonstrado a atenção e o comprometimento que o programa exige. A forma como as inscrições estão sendo conduzidas revela um distanciamento preocupante da gestão em relação à realidade do campo.
É ilusório acreditar que agricultores que vivem em comunidades mais afastadas, como Caridade ou Inês Velha, possam se deslocar até a Secretaria Municipal de Agricultura para garantir sua inscrição. A política pública precisa ir até o cidadão, e não o contrário.
O que se espera de uma gestão comprometida é uma mobilização ativa nas comunidades rurais, com eventos presenciais, divulgação efetiva e apoio técnico direto, garantindo que ninguém fique de fora por falta de informação ou acesso. É assim que se faz política pública de verdade — com presença, escuta e compromisso.
O AgroSertão é um projeto de futuro, mas ele só florescerá onde houver seriedade, coordenação e respeito ao agricultor. O poder público precisa compreender que não há transformação rural sem presença efetiva do Estado nas comunidades. Sem isso, o que poderia ser uma revolução agroecológica corre o risco de se tornar apenas mais uma oportunidade perdida no sertão.



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