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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Jornalista diz à CPI do Cachoeira ter recebido "dinheiro sujo"



O jornalista Luiz Carlos Bordoni informou nesta quarta-feira em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Cachoeira, que apura as relações do contraventor goiano Carlos Almeida Ramos com agentes públicos e privados, ter recebido "dinheiro sujo" para quitar uma dívida de campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). "Eu trago aqui a verdade dos fatos. Pelo meu trabalho limpo eu fui pago com dinheiro sujo", afirmou.
Em abril de 2010, Bordoni disse ter fechado verbalmente, em uma conversa com Perillo, sua atuação na campanha do tucano, na área de rádio. Sem contrato, ele revelou que ambos acertaram que a participação seria de R$ 120 mil na campanha e R$ 50 mil de bônus pela vitória.
Segundo o jornalista, do total de R$ 120 mil, foram pagos durante a campanha R$ 80 mil da seguinte forma: R$ 40 mil das mãos do próprio Perillo, R$ 30 mil do setor financeiro da campanha e R$ 10 mil do ex-tesoureiro de campanha, Jayme Rincón. Ficou faltando uma parcela de R$ 90 mil, sendo R$ 40 mil pela campanha e o restante referente ao bônus da vitória.
Bordoni disse que, parar quitar a dívida, deu o número da conta de sua filha, Bruna, para o ex-assessor especial de Perillo, Lúcio Fiúza Gouthier. "Ao Lúcio foi dada a conta de Bruna. Não a cascatas ou a cachoeiras", ironizou. No dia 14 de abril de 2011, ele afirmou que a conta da filha recebeu um depósito de R$ 45 mil feito pela Alberto & Pantoja, investigada pela Polícia Federal como parte do esquema criminoso atribuído a Carlinhos Cachoeira. O restante foi pago pela Adécio & Rafael Construtora e Terraplenagem.
Bordoni entregou à comissão documentos sobre sua movimentação bancária e de sua filha e autorizações de quebra dos sigilos bancários, telefônico e fiscal dele e de sua filha. Ele disse nunca ter se preocupado com "quem depositou" os recursos. "Para quê e por quê eu iria mentir, meus amigos? Eu fiz um pacto com meu amigo Marconi. Quem tem amigos como tal, não precisa de inimigos", afirmou. Para ele, Perillo "faltou com a verdade" no depoimento que prestou à CPI, negando o caixa dois da campanha.
Bordoni, que trabalha para o governador desde 1998, desafiou Perillo a sustentar a versão de que só recebeu R$ 33 mil na campanha, por meio da empresa Arte Mídia. O jornalista mostrou o contrato que o governador disse ter firmado com ele. E ressaltou que o documento não traz qualquer menção a ele. "Se os senhores identificarem neste papel onde está escrito o meu nome, eu engulo esta folha", afirmou.
O jornalista disse que Cachoeira tem um "governo paralelo" e que o "jogo do bicho", uma contravenção penal, é comum no Estado. "Ele corre frouxo em Goiás", afirmou. Ele também reclamou de ter sido apontado pela mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, como chantageador. "Quem sou eu para achacar o rei do achaque, o Al Capone do Cerrado. Vou processar todos eles, inclusive o dono da banda dos desafinados. Nada tenho a esconder, não temo encarar ninguém, seja quem for", disse a testemunha. "Não se brinca com a honra e com a dignidade das pessoas", destacou.
Fonte: Agência Brasil e AE


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