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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Indígenas denunciam risco de massacre após retomada de terras


Indígenas de diferentes etnias denunciam a ação violenta de proprietários que ocupam terras já demarcadas no Mato Grosso do Sul. Nem mesmo a chegada da PF e da Força Nacional foi capaz de inibir a presença de pistoleiros.

Indígenas de diferentes etnias denunciam a ação violenta de proprietários que ocupam terras já demarcadas no Mato Grosso do Sul. Segundo relatos, nem mesmo a chegada da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança foi capaz de inibir a presença de pistoleiros.

O principal foco de tensão é a região localizada no município de Paranhos (MS), onde centenas de acampados foram atacados no último dia 10 por grupos armados. Na ocasião, um integrante da aldeia Arroio Korá desapareceu e, até o momento, não foi encontrado.

O líder Guarani Kaiowá Tonico Benipe, explica que a violência se tornou mais constante quando os indígenas decidiram iniciar a retomada das terras tradicionais.

“As famílias retornam à área antiga de onde foram expulsas há décadas, mas os proprietários atuais reagem contratando seguranças. Colocam peões, jagunços, pistoleiros para expulsar as comunidades que retomam a área. É aí que começa a violência.”

Os indígenas ocupam aproximadamente 500 hectares, embora o governo federal tenha homologado uma área 14 vezes maior. A demarcação foi paralisada por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Tonico ressalta que a responsabilidade não é apenas dos atuais proprietários, mas consequência de erros governamentais que vêm se acumulando.

“O território Guarani, no Mato Grosso do Sul, foi considerado pelo próprio governo como terra devoluta, como se não tivessem ocupantes anteriores. Foi dito que o território não era de ninguém e que podia vender. Muitos compraram e logo perceberam que era terra indígena, com quem entram em confronto até hoje.”

O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) anunciou, no mês de junho, que mais de 500 índios foram assassinados no país desde 2003.

Por Jorge Américo, da Radioagência NP

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