Relatório recomenda a países que evitem mandar menores à prisão - Blog A CRÍTICA

"Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados." (Millôr Fernandes)

Últimas

Post Top Ad

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Relatório recomenda a países que evitem mandar menores à prisão

Representante do Secretário-Geral afirma que custo para manter um jovem detido pode até oito vezes maior do que enviá-lo para a escola; representante especial da ONU, Marta Santos Pais, defende soluções alternativas.

Prisão na Libéria

 A representante especial do Secretário-Geral da ONU sobre Violência a Crianças está preocupada com a situação de menores presos. Segundo Marta Santos Pais, "em vários países, a maioria das crianças detidas praticou pequenos delitos ou não cometeu nenhum crime".
Um novo relatório das Nações Unidas sobre proteção de crianças em sistemas legais destaca a falta de apoio que esses jovens com menos de 18 anos recebem de governos e sociedades.
Custos
Em entrevista à Rádio ONU, em Nova York, Marta Santos Pais defende que "prisão não é lugar para crianças" e ressalta que seria muito mais barato financiar a educação.
 "Infelizmente os países investem muito pouco em prevenção, investem muito mais na construção de prisões. De acordo com um estudo recente conduzido em um país desenvolvido, o custo de manter um jovem na prisão ao fim de um ano é cerca de US$ 100 mil. Mas o custo de garantir o curso superior de um jovem é de US$ 12 mil. A diferença de investimento é de fato profundamente chocante. A primeira reação que muitos governos tem é de que precisam reprimir as situações aparentemente perigosas para a sociedade. Então o nosso relatório investe na prevenção."
Sociedade
Marta Santos Pais lembra que muitos menores são maltratados nas prisões. A representante da ONU destaca que muitas vezes, não há a chance da inclusão social.
 "E o público em geral, muitas vezes tem a percepção de que é uma pessoa que não justifica ser bem tratada. Se está ali, foi porque fez alguma coisa mal, e se fez mal, tem de pagar. Então a falta de investimento na oportunidade, recuperação e reintegração do jovem é completamente esquecida. Há muitos países ainda hoje que admitem a pena de morte para pessoas com idade inferior a 18 anos. Há soluções previstas pela lei em muitos países do mundo que não podem ser aceitas."
Para Marta Santos Pais, países que investem em formação profissional ou ações a favor da comunidade atingem melhores resultados do que a simples punição das crianças.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.*
*Com reportagem de Eleutério Guevane.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Post Bottom Ad

Pages