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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Cortar emissões reduziria até 65% os efeitos das mudanças climáticas


Primeiro estudo a avaliar profundamente os benefícios de limitar as emissões de gases do efeito estufa afirma que a produção de alimentos estaria entre as áreas que mais sairiam a ganhar com políticas nesse sentido. Por Fabiano Ávila do Instituto CarbonoBrasil.
Novo estudo aponta que impor limites severos às emissões poderia evitar entre 20% e 65% dos efeitos negativos das mudanças climáticas até 2100
Ainda não é um consenso que as emissões de gases do efeito de estufa resultantes das atividades humanas são um dos principais fatores que impulsionam o aquecimento global, e, até por isso, não existem grandes estudos sobre quais seriam os benefícios de cortá-las drasticamente. Tentando acabar com essa lacuna, investigadores britânicos e alemães uniram-se e chegaram à conclusão de que um maior controle sobre a libertação de gases traria ganhos imensos para a sociedade.
Publicado na edição atual do periódico Nature Climate Change, o novo estudo aponta que impor limites severos às emissões poderia evitar entre 20% e 65% dos efeitos negativos das mudanças climáticas até 2100.
O trabalho, conduzido pela Universidade de Reading em parceria com o Met Office, Tyndall Centre, Instituto Postdam e contando ainda com o apoio de outras universidades, destaca que fazer as emissões atingirem o seu máximo já em 2016 - e não em 2030 como sugerem as estimativas atuais - e a partir daí reduzi-las numa taxa anual de 5% adiaria as piores consequências do aquecimento global e traria grandes benefícios para a produção de alimentos e para o combate a enchentes e secas.
“É claro que reduzir as emissões não evitará todos os impactos das mudanças climáticas, mas a nossa investigação mostra que essa decisão pode nos comprar tempo para fazer com que as construções, os sistemas de transportes e a agricultura sejam mais resilientes ao aquecimento global”, explicou Nigel Arnell, diretor do Instituto Walker para Investigação Climática da Universidade de Reading.
No caso da produção de alimentos, por exemplo, se nada for feito, a cultura mundial do trigo pode ter a sua produtividade reduzida em 20% já em 2050. Porém, se os cortes de emissões forem adotados, visando manter o aumento das temperaturas em 2°C, essa queda de produtividade só seria vista em 2100. Assim, teríamos tempo para implementar novas tecnologias que exerçam um papel decisivo para evitar que isso ocorra completamente.
“Cortar as emissões dar-nos-á tempo para nos adaptarmos. Podemos conseguir várias décadas a mais para trabalhar do que teremos se nada for feito. O nosso estudo é bastante otimista nesse sentido, mostrando que se quisermos podemos reduzir de forma significativa os impactos das mudanças climáticas nas pessoas”, completou Arnell.
Ainda segundo o estudo, políticas de redução de emissões evitariam que até 68 milhões de pessoas sofram com a escassez de água já em 2050, e que até 161 milhões saiam do cenário de alto risco de enchentes.
“Podemos evitar muitos dos piores impactos das mudanças climáticas se trabalharmos juntos para manter as emissões baixas. Esta investigação ajuda-nos a quantificar os benefícios de limitar o aquecimento global em apenas 2°C e mostra como é vital que os países se comprometam nas negociações climáticas da ONU e garantam um acordo com poder de lei até 2015”, afirmou Edward Davey, Secretário de Estado para a Energia e Mudanças Climáticas do Reino Unido.
A investigação considera que sem políticas para as emissões, as temperaturas médias subirão entre 4°C a 5°C até o fim do século, colocando quase mil milhões de pessoas num cenário de pouco acesso à água e 330 milhões sob o risco de inundações.
Aceda ao estudo na Nature Climate Change
Artigo de Fabiano Ávila do Instituto CarbonoBrasil

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