Grécia: Acordo com a troika ficará na história como um dos "maiores disparates de sempre" - Blog A CRÍTICA

"Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados." (Millôr Fernandes)

Últimas

Post Top Ad

sábado, 20 de abril de 2013

Grécia: Acordo com a troika ficará na história como um dos "maiores disparates de sempre"


O economista Yanis Varoufakis adianta que o memorando de entendimento firmado entre a troika e o governo grego vai figurar na história da Economia como um dos "maiores disparates de sempre" e defende que a alternativa para Espanha, Grécia e Portugal “consiste na colaboração entre os nossos países no interior da UE para alterar este percurso de austeridade”.
“De facto, o que [o memorando de entendimento] fez foi promover o maior empréstimo da história da humanidade num Estado falido, na condição que esse Estado tomasse medidas que diminuíssem o rendimento nacional da nação para garantir o pagamento dos sucessivos resgates financeiros”, referiu Yanis Varoufakis, conselheiro do ex primeiro ministro George Papandreou entre 2003 e 2006, quando o PASOK estava na oposição, e que se demitiu no final de 2006.
Segundo o economista, a atual situação do país “assemelha-se a uma contínua espiral em declínio e que permanece em aceleração”. A Grécia está confrontada com “quatro crises em uma”, sublinhou Varoufakis em declarações à agência Lusa, referindo-se à crise da dívida, do sistema bancário, à espiral recessiva e à crise política que questiona a “legitimidade” da democracia.
“Todas estas crises eram previsíveis em países como a Grécia ou Portugal, que estão na união monetária e sem capacidade de controlar a moeda, confrontados com crescimento negativo, surgimento de bolhas imobiliárias ou um sistema bancário com uma função distorcida”, salientou.
“E no topo de tudo isto, a imposição de uma austeridade máxima… Esta quádrupla crise vai provocar enormes brechas e impedir qualquer estabilização”, alertou o economista, atualmente conhecido na Grécia como um dos mais veementes críticos das políticas de austeridade impostas pelos credores internacionais.
Neste contexto, Yanis Varoufakis defendeu que a Grécia e Portugal “estariam melhor” caso não pertencessem à zona euro, esclarecendo, contudo, que “isso é diferente de dizer que devem sair da zona euro”. “Uma coisa é não entrar, outra é sair. A saída terá custos muito elevados e que não nos atingiriam caso não tivéssemos aderido à zona euro”, precisou.
“Para a Grécia, Portugal, Espanha, a alternativa consiste na colaboração entre os nossos países no interior da União Europeia para alterar este percurso de austeridade, de renacionalização da crise, que está a destruir a zona euro, em particular os nossos países”, adiantou o investigador, frisando que a colaboração entre os governos de Lisboa, Madrid ou Atenas “ao nível do Conselho Europeu e do Ecofin” e a rejeição das políticas que conduzem estas economias “para um buraco” devem ser assumidas como uma prioridade.
“Não temos outra alternativa. Mas enquanto o governo de Lisboa não falar com o governo de Madrid, de Atenas de Roma ou de Dublin, e se todos comparecerem nas reuniões da UE e se limitarem a assinar por baixo as medidas catastróficas que nos são apresentadas, vamos continuar a descer por esse buraco”, concluiu Yanis Varoufakis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Post Bottom Ad

Pages