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sábado, 20 de abril de 2013

Prefeita de Santa Cruz quer instalar teleférico de R$ 12 milhões na imagem de Santa Rita - Nasce uma nova oligarquia no RN

Em Santa Cruz-RN um projeto da Prefeita da Cidade, Fernanda Costa, pretende construir um teleférico, estimado em R$ 12 milhões no complexo turístico de Santa Rita de Cássia, o caso tem gerado discussões na Cidade e no estado do Rio Grande do Norte, alguns lembrando da real e mais necessária necessidade do combate aos efeitos da seca, investimentos em educação, saúde e segurança pública etc.

Fotomontagem: Perspectiva de um teleférico para a imagem de Santa Rita

Antes que pareça que somos contrários que sejam realizadas obras que visem ao desenvolvimento do turismo, diremos aqui que não se trata disso, neste caso, conhecendo o Rio Grande do Norte, particularmente ao domínio político, podemos dizer que se trata do nascimento de mais uma oligarquia, Fernanda Costa é esposa do ex-prefeito da Cidade, Tomba Farias, que hoje exerce o cargo de Deputado Estadual (PSB).

Educação seria um investimento sem resultados eleitoreiros imediatos ou até podendo afastar a prática do oligarquismo, as obras ficam e podem ser cobradas perpetuamente. Não existe nada de princípio da impessoalidade, a obra é do governante durante o governo do qual fora realizada. E sem contar que trata-se de uma obra ligada à igreja católica, quando o estado é laico.

"A escola, a estrada, o correio, o telégrafo, a ferrovia, a igreja, o posto de saúde, o hospital, o clube, o campo de football, a linha de tiro, a luz elétrica, a rede de esgotos, a água encanada -, tudo exige o seu esforço, às vezes um penoso esforço, esforço que chega ao heroísmo. E com essas realizações de utilidade pública, algumas das quais dependem só de seu empenho e prestígio político, enquanto outras podem requerer contribuições pessoais suas e de seus amigos, é com elas que, em grande parte, o chefe municipal constrói ou conserva sua posição de liderança" (Victor Nunes Leal).

Em meio à infeliz fragilidade política não há voto aqui direcionado para um programa político, vota-se em quem faz mais, quem é mais assistencialista, mandão. Gilberto Freyre observa em Casa Grande e Senzala que na formação colonial do Brasil aquele que procurava e recebia o coito do senhor do engenho ficava protegido do poder do rei, é mais ou menos isso que perdura, as pessoas não tem a liberdade suficiente para serem ativas politicamente, elas não precisam receber esmolas, pois, dever fazer, elas mesmas, política aqui passa junto com a campanha eleitoral e, repito aqui mais uma vez, voto no Brasil não é sinal de Democracia e sim de domínio, manipulação. Política precisa passar a ser entendida como coisa de cidadão. É absurdo que continuemos a sermos comprados com obras da Administração Pública.

A Cidade de Santa Cruz-RN já contou com uma figura típica do Coronelismo, Theodorico Bezerra, vivia como um verdadeiro senhor feudal, cercado de "súditos" a quem periodicamente distribuía favores, em vez de pagar-lhes salário pelo trabalho na lavoura. Eleito Deputado Estadual em 1947, pelo Partido Social Democrático, estendeu seu poder a boa parte do território potiguar  teve inclusive uma edição do Globo Repórter dedicada a mostrar seu domínio. Seu legado familiar permanece ainda hoje na política do Rio Grande do Norte, em figuras como as de seus sobrinhos Fernando Bezerra (ex-senador) e Iberé Ferreira de Sousa (ex-deputado e vice-governador), ou de seus netos Theodorico Neto e Jorge Eduardo de Carvalho Bezerra, os dois mais recentes prefeitos de Tangará.

De chapéu o Major em um típico comício do voto de cabresto - 1976

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