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sábado, 21 de setembro de 2013

Gaza: Bloqueio do Egito agrava crise humanitária

As restrições impostas pelo novo governo egípcio ao movimento de pessoas e mercadorias na passagem de Rafah, a única que liga a Faixa de Gaza ao resto do mundo, está a liquidar os meios de sobrevivência e a afetar ainda mais as condições de vida no território palestiniano bloqueado por Israel.
As restrições impostas pelo novo governo egípcio ao movimento de pessoas e mercadorias na passagem de Rafah está a liquidar os meios de sobrevivência
De acordo com a agência IRIN, ligada aos serviços humanitários das Nações Unidas, sob o pretexto de combater os grupos armados islâmicos que atuam no Sinai, o Cairo restringiu ou bloqueou mesmo as comunicações por terra com Gaza, com enormes prejuízos para os mais de milhão e meio de pessoas confinadas no pequeno território. Os militares egípcios destruíram inclusivamente a maior parte dos túneis que serviam de vias de abastecimento à população.
Depois de derrubarem o presidente Morsi e tomarem conta da situação através de um governo por eles controlado, os militares egípcios decidiram bloquear a fronteira de Gaza. Segundo responsáveis militares, o presidente Morsi tinha relações privilegiadas com o Hamas, o grupo palestiniano que governa Gaza, que por sua vez é acusado de apoiar grupos islamitas que atuam no território egípcio do Sinai.
Posteriormente as autoridades egípcias levantaram esporadicamente o bloqueio, reduzindo contudo a abertura de nove para quatro horas e de sete para seis dias por semana. As restrições afetaram ainda mais as já precárias condições em que as ligações se faziam e prolongam por dias e semanas os tempos de espera para entrar ou sair.
Gaza está bloqueada por Israel, que destruiu também o aeroporto que chegou a funcionar no território e impede qualquer movimento nas águas costeiras.
O ministro da Saúde de Gaza, Mofeed Mukhalalati, citado pela agência IRIN, afirmou que há milhares de doentes à espera de poderem sair do território para receberem tratamento no Egipto, ao mesmo tempo que foi recusada a passagem a delegações médicas que iriam fazer serviço ambulatório em Gaza e participar na formação de pessoal clínico do território.
Farhan Haq, porta voz do secretário geral da ONU, revelou que o Gabinete para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) “está muito preocupado com as recentes medidas de segurança e restrições na fronteira de Rafah e nos túneis entre o Egito e Gaza”. Essas restrições, disse, “provocam atrasos aos estudantes e a pacientes que necessitam de tratamento médico urgente e carências no abastecimento de medicamentos, combustíveis e materiais de construção”. Milhares de palestinianos “estão retidos nos dois lados da fronteira”, acrescentou.
O gabinete da ONU calcula que apenas 10 túneis de ligação estão operacionais, em vez dos 50 que existiam há semanas e dos 300 que funcionavam antes do golpe de Estado no Cairo.
Gaza depende totalmente de combustíveis importados do Egito para fazer funcionar a sua central elétrica. A importação foi reduzida de um milhão de litros por dia para 200 mil, o que provoca prolongados apagões no inóspito território.

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