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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

"Saber da viola, da violência"

Assim como o homem odeia, pode ir na hora da solidão a profundidade de um sentimento que muitos idealizam em um Mundo próprio. O ódio, a pulsão-razão de agredir, de se sobrepor sobre um ou mais indivíduos ocupa o raciocinar humano. A ação parte para o físico, pode ser ação precedida de trama psíquica ou ação-reflexo instintual.

É até comum se colocar a violência como um agir desprovido de consciência, mas uma violência-social é uma espécie de condição, simbologia, produto de determinada representação social.

O Raskolnikov de Dostoiévski castiga a si próprio na mesmo campo em que planejara a prática de uma ação violenta; o matador de aluguel ou pistoleiro, carrega no assassínio um símbolo de força ou de prática positiva.

Uma sociedade como a nossa, consumista, hiper-sexualizada (País-puteiro) e produtora de várias exclusões, e que carrega em sua história mais recente um processo de expansão urbana  marcado pela violência-delinquência tende a consumir violência. Trata essa violência como produto de inimigos a serem eliminados e não se elimina algo senão pela supressão desse algo, e nós vendemos e consumimos violência todos os dias, e nem sequer é violência-potência e sim a barbárie mesmo.

Podemos dizer que temos uma máquina econômico-social para a produção de uma modalidade de violência, propagada de várias maneiras, tendo em prática a eliminação do diálogo, em uma entrevista dizia muito acertadamente Edgar Morin: "Só há diálogo se houver igualdade", igualdade aqui, certamente, não significa uma forma forçada, mas sim uma consequência do reconhecimento mútuo de dignidades.





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