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sexta-feira, 21 de março de 2014

Manifesto pela II República

A sociedade brasileira tem sido uma mistura de moralismo com trapaça; por isso que é depravada, apesar de ter constituído uma “nação” sobre um vasto território com um povo único e sem problemas étnicos, claro, com conflitos internos, mas muito mais relacionados a questões de distribuição desigual das riquezas, e muito desigual. Pregadores de moral bendizem “regras” de boa conduta para roubarem o povo em seguida; o povo só ocasionalmente se rebela. É preciso ser forte, natural, anti-decadencial para expurgar as rupturas sociais.

Aqui a direita é moralista, um moralismo nefasto, e a esquerda vive de lenga-lenga, um moralismo de momento.
                
O país acumulou riquezas, não distribui, explodiu em violência e agora não sabe o que fazer, mas é exatamente da dúvida que nasce as soluções históricas. É este o momento de por para fora toda a rebeldia escondida e fundar uma nova República.
                
Uma Republica que seja um rompimento, temos aí uma constituição sobre uma gênese golpista, extensa e sem nenhuma praticidade.  Que se inicie com um programa eficiente e claro de resolução das maiores barreiras sociais. Resolução da questão agrária, dividindo entre o que o país pode exportar e manter uma população rural sobrevivendo da pequena propriedade produtiva. Formular um plano de metas eficientes e detalhadas para a educação. Fazer uma limpeza completa da Administração Pública, afastar os apadrinhados, estabelecer metas certas a serem cumpridas pelos órgãos. Reformular o sistema penal, inclusive a questão das polícias. Tudo sobre uma Assembleia Constituinte exclusiva, sem financiamento privado.
            
É claro que do ponto de vista social as coisas não se resolvem em passes de mágica, mas se resolvem com a mobilização das massas, as conquistas sociais necessárias não partirão das esferas de poder desta República, muito menos de intervenção militar como de forma estúpida apontam alguns. O Exército brasileiro entra na vida política do país após a Guerra do Paraguai, foi um instrumento de ascensão social no país e de elitização, portanto, identificado com o imobilismo popular. Assim foi o Golpe que pôs fim à Monarquia e o Golpe de 1964, essa elite militar buscando estabelecer seu domínio. Em seguida  aos primeiros mandatos do novo regime se passa o cargo de presidente para uma elite letrada e jurídica, sem manter-se o exército por fora. As Diretas Já e o PT foram um momento de participação popular, principalmente no Sudeste, mais intenso; mas se fez a “transição” dentro do golpismo.

Agora é a vez do povo do país inteiro criar sua República. Em Junho de 2013 do Norte ao Sul do país, em grandes e pequenas cidades o povo saiu nas ruas sabendo que era de um país que tem problemas políticos e sociais sem condições de terem resposta, ali se definia que  o todo se reunia para ser o todo. Um povo se constrói em cima de suas causas, não podemos imaginar sermos dirigidos por militares, oligarcas ou religiosos, o essencial é, exatamente, romper.

As massas nesse momento não têm e nem precisam de líderes, os símbolos serão forjados em meio aos levantes, de uma situação nova e democrática.

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