Hoje vi em uma série de reportagens realizada pelo programa Globo Rural sobre o rio Paraguai um agricultor plantador de algodão do país vizinho dizer que praticava uma agricultura reduzida porque os filhos já não se dedicavam mais à agricultura. Lembrei de ter visto em uma escola de ensino médio ser "zombado" pelos colegas pelo fato de assistir o programa acima mencionado. Por que isso?
A agricultura tornara-se motivo de vergonha, o agricultor é tornado uma figura tida como menor do que os que seguem os modos de vida da civilização urbana. Um afastamento e um desprezo da civilização humana para consigo mesmo, a agricultura é a nossa base e a atividade mais humana possível.
Outro ponto é o de tratar a agricultura praticada por pequenos e médios proprietários como um enfeite, algo que não serve para alimentar as pessoas, não me digam que o agronegócio gigante alimenta pessoas em Serra Leoa. Entregamos essa prática para máquinas e tornamos algo inumamo. Colocaram tudo em latas.
O PNUMA, braço da ONU para assuntos de meio-ambiente vem reafirmando constantemente a agricultura familiar em seu papel de garantir a soberania alimentar das comunidades e até das cidades, com o que se chama agricultura urbana.
A agricultura familiar produz a maioria dos alimentos consumidos no Brasil, como 83% da mandioca, 70% do feijão e 58% do leite. A diversificação de culturas, o manejo sustentável dos recursos e o fomento do desenvolvimento local são características da agricultura familiar, sendo importantes pilares da segurança alimentar. O modelo de produção da agricultura familiar está em 84% dos estabelecimentos agropecuários e responde por aproximadamente 33% do valor total da produção do meio rural.
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