A grande vitória da sua geração foi ter contribuído para o fim da guerra do Vietname. O seu exemplo repercutiu-se posteriormente nos ativismos em defesa do meio ambiente e de outras causas.
Por António José André
O Festival reuniu cerca de 450 mil pessoas. Foto de Derek Redmond e Paul Campbell |
No dia 18 de agosto de 1969, chegou ao fim o Festival de Woodstock, após três dias de “paz, música e amor”. O Festival reuniu cerca de 450 mil pessoas, que assistiram a concertos com Joan Baez, Joe Cocker, Janis Joplin, Santana, Who, Creedence Clearwater Revival, Grateful Dead, Jefferson Airplane, entre outros/as.
Woodstock foi o culminar de vários acontecimentos importantes da época: a escalada norte-americana no Vietname, na década de 60, que criou um forte movimento pacifista entre os jovens e a crescente mecanização da indústria, que dispensou a força física do trabalho, ajudando a demolir o ascetismo puritano norte-americano.
Grandes festivais de rock já tinham acontecido, em Monterey (1967) e na Ilha de Wight, mas foi em Woodstock que a indústria cultural investiu fortemente, pela primeira vez. Um dos momentos marcantes do festival foi quando Jimi Hendrix puniu simbolicamente os militaristas com a implosão do hino norte-americano: "Star-Spangled Banner".
Com Woodstock ganhou repercussão o movimento de paz e amor, que fermentava como desdobramento da Geração Beat. De certa forma, este movimento inspirou-se em teóricos como Wilhelm Reich, Herbert Marcuse e Norman O'Brown, que vincularam o autoritarismo político à repressão instintiva, alegando que a liberdade era cerceada pelos mecanismos sociais que mantinham a estrutura de classes e que condicionavam a plena sexualidade.
A grande vitória da Geração Woodstock foi ter contribuído para o fim da guerra do Vietname. O seu exemplo repercutiu-se posteriormente nos ativismos em defesa do meio ambiente e de outras causas. Além disso, lançou alguns modismos que ainda hoje são evidentes: o ioga, a macrobiótica, a agricultura biológica...
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