Ministros da Saúde e da Agricultura de mais de 170 países adotaram a Declaração de Roma sobre Nutrição. No documento, os governos firmam o compromisso de garantir a todos o acesso à alimentos com os nutrientes necessários para uma vida saudável.
Leda Letra, da Rádio ONU
Roma - Ministros da Saúde e da Agricultura de mais de 170 países adotaram esta quarta-feira a Declaração de Roma sobre Nutrição. No documento, os governos firmam o compromisso de garantir a todos o acesso à alimentos com os nutrientes necessários para uma vida saudável.
Na abertura da Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição, foi aprovado ainda o Quadro de Ação, um conjunto de 60 medidas que podem ser implementadas pelos países para reverter as três consequências da nutrição inadequada: fome, falta de nutrientes e obesidade.
O plano traz recomendações de políticas nacionais que podem ser implementadas em vários setores: nutrição, saúde, agricultura, educação, desenvolvimento e investimentos.
Em Roma, a Rádio ONU ouviu o ministro da Saúde do Brasil sobre como o conjunto de ações poderá afetar a vida dos brasileiros. O país saiu do mapa da fome, mas Arthur Chioro ressaltou que a preocupação agora é combater a obesidade.
"A experiência mundial diz e o Brasil é o exemplo disso, de que muito rapidamente, o desafio da desnutrição e da fome é superado pelo sobrepeso e da obesidade como um grande problema de saúde pública. Acabamos de aprovar uma nova política de promoção da saúde que tem dois eixos: a alimentação saudável e a questão do enfrentamento do sedentarismo. Cerca de 52% da população brasileira tem sobrepeso, então neste sentido, as políticas de alimentação saudável vem sendo desenvolvidas para que a gente possa enfrentar (os desafios)."
De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, 18% dos brasileiros estão obesos. O documento adotado em Roma traz quatro recomendações de combate à obesidade, incluindo regulação do mercado de alimentos e de bebidas não-alcóolicas e promoção de atividades físicas.
Outro país de língua portuguesa que apoia as medidas é a Guiné-Bissau. O secretário de Estado da Segurança Alimentar do país, Filipe Quessangue, afirma que o governo deve adaptar as medidas para a realidade dos guineenses.
"A coisa que mais preocupa a Guiné-Bissau é a insegurança alimentar. Obviamente, a desnutrição. O governo da Guiné-Bissau inaugurou estratégias. Temos o Programa Nacional de Investimento Agrícola e todos esses documentos aprovados refletem aquilo que é o programa do governo. E o governo da Guiné-Bissau vai adotar, vai ajustar esse quadro de ações que se acabou de aprovar."
Na abertura da Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição, os países também recomendaram à Assembleia Geral da ONU que crie a Década de Ação sobre Nutrição, entre os anos de 2016 e 2025.
O evento é organizado pela FAO e pela Organização Mundial da Saúde, OMS.
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