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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

ONG's querem que agentes da CIA sejam processados por tortura

Relatório do Senado norte-americano afirma que a CIA usou técnicas “brutais” de interrogatório. Amnistia Internacional denuncia “impunidade das violações de direitos humanos” e as ONG's de defesa dos humanos pedem que os responsáveis pelas torturas praticadas pela CIA sejam punidos.

Cartoon de Carlos Latuff publicado por Opera Mundi
















Organizações de defesa dos direitos humanos juntaram-se nesta quarta-feira (10/12) à ONU e pediram que os responsáveis pelas torturas praticadas pela CIA dos EUA sejam punidos, após a divulgação de um relatório, na terça-feira (09/12), indicando que o órgão usou técnicas “brutais” de interrogatórios e enganou a Casa Branca ao omitir informações sobre como conseguia depoimentos (Ler notícia no esquerda.net: Senado dos EUA diz que a CIA torturou e mentiu aos norte-americanos).
“O relatório deixa muito claro que o governo dos Estados Unidos usou a tortura. A tortura é um crime e os responsáveis devem ser levados à Justiça”, afirmou, em comunicado, o diretor-executivo da AI (Amnistia Internacional) nos EUA, Steven W. Hawkins.
“Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a tortura, nenhuma circunstância excecional pode ser invocada para justificar a tortura, e todos os responsáveis pela autorização ou a realização de tortura ou outros maus-tratos devem ser investigados”, prosseguiu.
De acordo com a AI, as torturas praticadas pela CIA após os atentados de 11 de setembro de 2001 evidenciam a impunidade das violações dos direitos humanos em nome da “segurança nacional”.
A informação revelada, embora limitada, "lembra ao mundo o fracasso total dos Estados Unidos para pôr fim à impunidade desfrutada pelos que autorizaram ou utilizaram a tortura ou os maus tratos. Isto é uma chamada de atenção para os EUA, que devem revelar a verdade sobre as violações", afirmou a diretora para as Américas da AI, Erika Guevara Rosas.
A Human Rights Watch também se manifestou após a divulgação do relatório. De acordo com o jornal britânico The Guardian, a vice-diretora do escritório de Washington do grupo, Andrea Prasow, pediu que os países signatários da convenção da ONU contra tortura processem os agentes responsáveis caso eles entrem nos seus territórios.
“Outros países têm toda a informação que precisam caso queiram exercitar a jurisdição universal e processar esses oficiais caso eles apareçam nas suas fronteiras”, disse.
O atual diretor da CIA, John Brennan, reconheceu, em comunicado, que a agência cometeu “excessos”.
Ineficácia na captura de Bin Laden
As técnicas utilizadas pela agência foram ineficazes na captura de Osama Bin Laden, autor intelectual dos atentados de 2001. Desde que foi morto, em maio de 2011, o corpo dele sempre foi usado pela CIA em sua defesa. O argumento era de que, sem as “técnicas de interrogatório stressante” - nome pelo qual a agência chamava as sessões de tortura - , os EUA jamais teriam conseguido pôr as mãos em bin Laden.
Os EUA só conseguiram identificar Osama bin Laden, após ter, primeiro, localizado Abu Ahmed al Kuwaiti, mensageiro de confiança do terrorista. De acordo com o relatório do Senado, a informação sobre Kuwaiti foi obtida fora do programa de interrogatório da CIA.
Por sua vez, ex-diretores da CIA da época em que as torturas ocorreram - período entre setembro de 2001 e 2006 - afirmaram, num editorial aberto no Wall Street Journal, que as técnicas de interrogatório foram “essenciais” para defender a segurança do país e salvaram “milhares de vidas. Eles dizem que o relatório “é parcial e desfigurado com erros” e chamaram-no de “ataque partidário e mal feito”.
Artigo publicado por Opera Mundi

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