Estudo mostra que taxa de homicídios de jovens entre os 12 e os 18 anos de idade, no Brasil, já é de 3,32 mortes para cada mil habitantes nessa faixa etária. No Nordeste do país, a taxa chega a 5,97 para cada mil adolescentes. O Brasil é o segundo país em número absoluto de homicídios, depois da Nigéria, e o sexto na taxa de homicídios de jovens.
Brasília - Estudo mostra que taxa de homicídios de jovens entre os 12 e os 18 anos de idade, no Brasil, já é de 3,32 mortes para cada mil habitantes nessa faixa etária. No Nordeste do país, a taxa chega a 5,97 para cada mil adolescentes. O Brasil é o segundo país em número absoluto de homicídios, depois da Nigéria, e o sexto na taxa de homicídios de jovens.
Cerca de três em cada mil adolescentes que tinham 12 anos em 2012 correm o risco de serem assassinados antes de completar 19 anos. Os dados foram divulgados quarta-feira (28) pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Laboratório de Favelas e o Laboratório de Análises de Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
As informações se referem a cidades com pelo menos 100 mil habitantes e apontam para mais de 42 mil homicídios de adolescentes de 12 anos a 18 anos entre 2013 e 2019. A pesquisa analisou dados de 2012 para compor o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), que estimou 3,32 mortes para cada mil habitantes nessa faixa etária. O indicador cresceu 17% em relação a 2011 e foi o maior registrado desde 2005.
Entre 2005 e 2007, a taxa caiu de 2,75 para 2,56, voltando a subir no ano seguinte. Em 2009, o indicador chegou perto de 3, com 2,98 óbitos para mil adolescentes nessa faixa etária, mas voltou a cair em 2011, para 2,84. Em 2012, pela primeira vez, a taxa superou os 3 pontos.
Ao comparar regiões do país, o índice aponta uma situação quase três vezes pior no Nordeste que no Sudeste – regiões que ocupam as duas pontas da taxa de homicídios. Enquanto o Nordeste tem a maior taxa – de 5,97 para cada mil, o Sudeste tem a menor – 2,25 para cada mil.
De acordo com a pesquisa, 36,5% das mortes de adolescentes são causadas por homicídios, enquanto na população em geral o percentual é 4,8%.
Para mudar essa realidade, a Secretaria de Direitos Humanos anunciou a criação de um Grupo de Trabalho Interministral que vai elaborar um Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Letal de Crianças e Adolescentes. O plano vai se inserir nas propostas do governo federal para assumir a responsabilidade pela segurança pública ao lado dos estados e municípios.
O representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Gary Stahl, disse que o Brasil está diante de um problema complexo e urgente que "exige uma mobilização nacional".
O representante do Unicef disse que o grande número de homicídios não solucionados agrava o problema. Para ele, este fato dificulta a avaliação sobre as políticas públicas adotadas pelo país. "Fica muito difícil saber se as políticas públicas estão no rumo certo".
Além de ser o segundo país em números absolutos, o Brasil tem a sexta maior taxa de homicídios entre adolescentes: "entre os 192 países do mundo, o Brasil é o segundo ou o sexto. Nem um nem outro é um lugar onde o Brasil quer estar", disse o representante do Unicef.
Gary Stahl afirmou que a violência vitimiza mais alguns grupos do que outros. Para ele, trata-se de uma "violação brutal e sistemática" dos direitos de crianças e adolescentes, especialmente negros que vivem nas periferias das cidades.
Segundo a pesquisa, o Índice de Homicídios de Adolescentes do Brasil atingiu o maior patamar da série histórica em 2012, com a projeção de que, de cada mil adolescentes que tinham 12 anos em 2012, 3,32 vão morrer assassinados antes de completar 19 anos. Com esse IHA, o país perderia 42 mil adolescentes entre 2013 e 2019 vítimas de assassinato.
Agência Brasil
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